BusinessTimes

Pandemia reduz número de mulheres em bancos do Reino Unido

11 mar 2021, 21:53 - atualizado em 11 mar 2021, 21:53
Modalmais
Os bancos britânicos passaram anos fechando agências — que são ocupadas principalmente por mulheres (Imagem: LinkedIn/Banco Modal)

Mais mulheres do que homens deixaram os bancos britânicos durante a pandemia, minando as promessas do setor de se tornar mais diversificado.

O número de mulheres nos cinco maiores bancos do Reino Unido encolheu 3% durante 2020, de acordo com dados compilados pela Bloomberg News, enquanto os homens viram um declínio de cerca de 2,1% à medida que os bancos avançaram com cortes de custos antes planejados e se adaptaram à Covid-19.

No NatWest Group, os cargos ocupados por mulheres caíram 9% em comparação com uma queda de 5,2% para os homens. O Standard Chartered manteve aproximadamente o mesmo número de homens, mas o número de mulheres diminuiu 2,2%. Os bancos — junto com Barclays, Lloyds Banking e HSBC Holdings — empregam cerca de meio milhão de pessoas em todo o mundo.

A divisão acentuada entre os gêneros tem uma variedade de causas. Os bancos britânicos passaram anos fechando agências — que são ocupadas principalmente por mulheres — ao verem os clientes migrando para serviços online. Essa tendência se acelerou durante o isolamento.

Algumas mulheres também estão pedindo demissão, em vez de serem demitidas. No Standard Chartered, a lacuna entre as perdas de empregos masculinos e femininos “provavelmente está relacionada ao fato de que as crianças estavam sendo educadas em casa e que o fardo familiar ficou desproporcionalmente com as mulheres”, o CEO Bill Winters disse em teleconferência com repórteres.

“Infelizmente, não podemos fazer tudo”, disse Jayne-Anne Gadhia, que chefiou o Virgin Money e liderou uma revisão governamental de mulheres em cargos financeiros seniores.

Redução global

Esse problema não é exclusivo das finanças britânicas. A Deloitte descobriu que 70% das mulheres trabalhadoras em nove das maiores economias acreditam que sofrerão atraso nas carreiras pela interrupção causada pela pandemia.

Milhões de mulheres deixaram a força de trabalho dos EUA e a proporção de mulheres ocupando cargos nos pregões de Wall Street permanece baixa. No Reino Unido, dados oficiais apontam que a pandemia está interrompendo um aumento de longo prazo no emprego feminino.

E há uma área das finanças britânicas em que as mulheres tiveram desempenho superior no ano passado: promoções para liderança sênior. Após a revisão de Gadhia sobre o déficit em 2016, mais de 300 empresas, incluindo os cinco principais bancos assinaram compromisso para contratar mais executivas.

No entanto, o fluxo de mulheres experientes pode ser interrompido pela pandemia. “Se continuarmos a perder mulheres no mercado de trabalho, a indústria ficará cada vez mais longe de preencher essa lacuna”, disse Jessica Clempner, diretora da consultoria Oliver Wyman, que também publicou pesquisa sobre o assunto.

Seria um erro perder o foco no problema durante a recuperação da pandemia, segundo Gadhia — mesmo que “no curto prazo, pode ser inevitável” que os bancos fiquem para trás em seus objetivos de diversidade. “O que acontece a seguir não é inevitável.”

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar