“Pandemia não acabou”, diz Pazuello após fala de Bolsonaro de que Covid-19 está no “finalzinho”
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta sexta-feira que a pandemia de Covid-19 “não acabou” e destacou que o país só chegará próximo a uma normalidade quando houver uma vacina, em fala um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que o Brasil vive “o finalzinho da pandemia”, mesmo em meio à crescente alta em números de casos e mortes pelo novo coronavírus.
“A pandemia não acabou. Ela prossegue, vamos conviver com o coronavírus. Vamos chegar próximo a uma normalidade quando nós tivermos a nossa vacina, nós tivermos os antivirais que combatem efetivamente a doença”, disse ele, em discurso após a inauguração de uma maternidade em Goiânia.
Na véspera, Bolsonaro afirmou na inauguração de uma ponte em Porto Alegre: “me permitam falar um pouco do governo, que ainda estamos vivendo o finalzinho de pandemia”.
Na quinta, o Brasil registrou 53.347 novos casos de coronavírus, ultrapassando o patamar de 50 mil novos casos pelo terceiro dia consecutivo e atingindo um total de 6.781.799 infecções, informou o Ministério da Saúde.
Também foram registradas 770 novas mortes em decorrência da Covid-19, o que faz com que o total de óbitos no país alcance 179.765, acrescentou o ministério.
Plano Nacional
No discurso, Pazuello defendeu que o governo federal está em entendimento com fabricantes de todas as vacinas e destacou que o plano de imunização é nacional.
Em meio à corrida pela vacina, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desafeto do presidente Jair Bolsonaro, tenta emplacar a CoronaVac, candidata a vacina da chinesa Sinovac que está sendo testada pelo Instituto Butantan, como um dos imunizantes prioritários. Doria anunciou o início da vacinação em São Paulo para o dia 25 de janeiro.
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“Se nós tivéssemos contratos, não vinculantes inicialmente, mas já contratos, memorandos de entendimentos com todas as fabricantes de vacina que se disponibilizaram (a distribuir) em nosso país. Isso está acontecendo. O nosso plano nacional de imunização é nacional, nenhum Estado da federação será tratado de forma diferente, nenhum brasileiro terá vantagem sobre outros brasileiros”, disse.
O ministro afirmou que “a ansiedade faz parte”, que ela foi criada pela própria situação do Covid-19, os riscos e a gravidade da contaminação.
“A nossa previsão, vindo diretamente do ministro, ela está diretamente ligada aos registros e autorizações da nossa Anvisa. Não há no mundo, até hoje, nenhuma vacina registrada”, disse.
“O que nós estamos vendo na Inglaterra é autorização emergencial de uso, para grupos restritos e com assinatura de responsabilidade individual de forma muito grave”, avaliou.
O titular da Saúde considerou ainda que a autorização emergencial para vacinação não é solução para o enfrentamento do Covid-19.