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Pandemia leva startups a desenvolverem produtos contra covid-19

16 maio 2020, 14:57 - atualizado em 16 maio 2020, 15:56
A pandemia levou várias startups (empresas emergentes), apoiadas pelo fundo Criatec do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (Imagem: Pixabay)

A pandemia do novo coronavírus levou várias startups (empresas emergentes), apoiadas pelo fundo Criatec do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a adaptarem suas linhas de produção para o combate à covid-19.

Uma dessas empresas é a Cliever, que produz impressoras 3D em Belo Horizonte (MG). “Aqui, como em todas as outras empresas, a gente entrou em pânico quando foi decretado o isolamento em função da pandemia”, disse à Agência Brasil o diretor-geral da startup, Rodrigo Krug, que recebeu R$ 3 milhões do Criatec 2 em 2015. “Nosso telefone parou de tocar, nossos clientes pararam de nos atender, porque também estavam parando as operações, e a gente entrou em pânico”.

Em uma sexta-feira, Krug fez as contas e decidiu dar uma semana de férias coletivas aos colaboradores para ver o que poderia ser feito no momento, para não precisar desligar ninguém.

No sábado, monitorando o mercado de impressão 3D, Rodrigo Krug percebeu que havia um movimento muito forte fora do Brasil para fabricação de equipamentos individuais de proteção (EPIs) e se conectou com algumas pessoas.

“No domingo, peguei todas as máquinas que tinha em estoque e, na segunda-feira, já estava imprimindo, com mais de 80 máquinas das nossas bancadas”. Krug viu então que precisava de gente para ajudar. Chamou as pessoas da produção e a coisa foi ganhando escala. “Quarta-feira, já tinha chamado todo mundo de volta (das férias)”.

Deixou em casa os funcionários dos departamentos comercial e administrativo, prospectando oportunidades de negócio na parte de EPIs.

Ele tomou medidas de segurança para a turma da linha de produção tanto dentro da empresa, quanto fora dela. “A gente viu que poderia ser uma oportunidade no momento e investiu. Em vez de ficar parado, a gente se antecipou, comprou maquinário, matéria-prima e produziu 40 mil unidades de EPIs nos últimos dias. Um negócio que estava fadado a ficar parado, porque ninguém estava comprando os nossos produtos, começou a reaquecer e virou uma oportunidade de negócio que estimulou a operação da empresa durante algumas semanas e nos deu caixa suficiente para pensar no próximo passo, no pós-crise”.