Pandemia e crise econômica prejudicam Dia do Trabalhador em Cuba
Pelo segundo ano consecutivo, Cuba, governada por comunistas, cancelou sua emblemática parada de Primeiro de Maio pela Praça da Revolução de Havana neste sábado, enquanto luta contra casos de Covid-19 e escassez de bens de consumo básicos.
Ao redor da ilha, pequenos grupos se reuniram em praças abandonadas que geralmente são preenchidas por multidões de cidadãos com cartazes para marcar o Dia Internacional do Trabalhador, o feriado mais importante do país, depois de 1º de janeiro.
“Parabéns, trabalhadores! É monumental o que tem sido feito para sobreviver à pandemia, sob um embargo reforçado, e ainda seguir em frente”, disse o presidente Miguel Díaz-Canel, que também é o primeiro secretário do Partido Comunista, pelo Twitter.
A economia de Cuba recuou 11% ano passado, sob o peso da pandemia de coronavírus, rígidas sanções dos EUA e seu sistema ao estilo soviético.
O país registrou mais casos e mortes por Covid-19 este ano do que em todo 2020, embora a taxa de mortalidade continue entre as melhores do mundo, e duas vacinas locais estejam em fases finais de testes.
Ulises Guilarte de Nascimiento, chefe da única e oficial federação de sindicatos, afirmou na televisão estatal na sexta-feira que os trabalhadores enfrentam demissões e inflação e alguns sofrem para “atender necessidades básicas”. Ele culpou as sanções norte-americanas e disse que trabalho duro e uma eficiência maior levariam a dias melhores.
A imprensa estatal pediu que cidadãos transformassem suas casas em praças e compartilhassem comemorações nas redes sociais.
Pequenos grupos de trabalhadores se reuniram em alguns locais de trabalho. Pessoas penduraram bandeiras em varandas e tocaram o hino nacional.
“É um dia especial, um dia triste, porque perdemos trabalhadores valiosos durante a pandemia”, disse Enrique Tondique Domínguez, morador de Havana, neste sábado, em uma pequena reunião diante do ministério de Minas e Energia. “É um dia feliz porque é o Primeiro de Maio, mas também um dia triste porque muitos trabalhadores não estão mais conosco.”