Ciência e Tecnologia

Pandemia do coronavírus não atrapalha pesquisas climáticas

28 mar 2020, 17:13 - atualizado em 25 mar 2020, 16:35
A fabricação e o lançamento de satélites são impactados pela situação, bem como algumas missões espaciais (Imagem: Unsplash/@nasa)

Uma coisa que não mudou por causa da pandemia de coronavírus: a NASA e a Agência Espacial Europeia continuam fornecendo dados climáticos de satélites, mesmo com a sede de controle de missões vazia e alguns cientistas doentes.

Os milhões de pontos de dados capturados por esses satélites alimentam os modelos científicos que rastreiam e preveem o ritmo das mudanças climáticas. É como sabemos, por exemplo, que o gelo do mar está derretendo, os níveis de água estão subindo e florestas desaparecendo.

Essas evidências científicas servem como base para as principais decisões de política ambiental, como o marco do Acordo de Paris de 2015, segundo o qual países concordaram em reduzir as emissões para manter o aquecimento global abaixo de 2° Celsius.

“Temos de manter os dados fluindo para os cientistas”, diz Simonetta Cheli, responsável pelo escritório de estratégia, programa e coordenação da divisão de Observação da Terra da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

“A coleta de dados relacionados ao meio ambiente, ao estado da Terra e às mudanças climáticas é essencial, portanto, garantir que esses satélites estejam no ar e funcionando é uma prioridade.”

A fabricação e o lançamento de satélites são impactados pela situação, bem como algumas missões espaciais. Mas os 15 satélites da agência atualmente em órbita, que coletam dados climáticos, continuam a operar.

Cerca de 95% da equipe da ESA em toda a Europa agora trabalha em casa como parte dos esforços da agência para proteger os funcionários do novo coronavírus, diz Cheli.

Mas algumas pessoas ainda precisam ir ao escritório. Os gerentes de missão em Roma enviam os requisitos de dados ao centro de controle de missões da ESA em Darmstadt, Alemanha.

A partir daí, a equipe controla as naves espaciais, como as dinâmicas de voo e manobras para evitar a colisão de satélites. “Há menos pessoas dentro, as equipes estão se alternando e usando salas menores para reduzir a interação”, acrescenta Cheli.

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