Pandemia deve reforçar investimentos sociais, diz BlackRock
O impacto social das paralisações para conter a pandemia de coronavírus deixará um legado duradouro na maneira como o mundo investe, diz a responsável pela região da Europa, Oriente Médio e África da BlackRock.
Nos últimos seis meses, o setor amadureceu em termos de investimentos ambientais, sociais e de governança, ou ESG, na sigla em inglês, e a pandemia deve apenas acelerar a mudança para esses produtos, disse Rachel Lord em entrevista à Bloomberg Television.
O ‘S‘ no ESG “tinha ficado um pouco esquecido no calor de iniciativas relacionadas à mudança climática e ambiental”, disse Lord. “Na verdade, o S é claramente tão importante quanto.”
A promessa da BlackRock feita no início deste ano de colocar a mudança climática no centro de seu processo de investimentos incentivou propostas semelhantes no setor.
No entanto, a pandemia avançou pelo mundo com o surgimento de questões sociais em meio a protestos contra o racismo ao mesmo tempo em que expôs desigualdades.
A BlackRock e outras gestoras de ativos disseram que as carteiras ESG mostraram melhor desempenho em meio à volatilidade causada pelo vírus.
Em maio, a empresa disse que 88% dos índices sustentáveis se saíram melhor do que seus pares não sustentáveis nos primeiros quatro meses de 2020.
A BlackRock se comprometeu em aumentar o número de negros na força de trabalho em 30% até 2024, de acordo com um post no LinkedIn do CEO Larry Fink publicado na segunda-feira.
Protestos pressionam empresas americanas a aumentarem a diversidade em cargos de gerência.
“O impacto do coronavírus tem sido mais forte basicamente em pessoas não brancas em geral, na maioria das comunidades, e também nas mulheres”, disse Lord.