Palácio do Alvorada: Telas para crianças, fantasmas e polícia: veja as polêmicas da residência oficial
Primeiro edifício inaugurado em Brasília, antes mesmo da própria capital federal, o Palácio do Alvorada é a residência oficial do presidente da República. Local onde o chefe do executivo nacional usa para descansar, Alvorada é também utilizado como espaço para encontros informais, lazer e recepções de familiares.
Logo após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Rosângela da Silva anunciou que o local estava com sinais de má conservação e que seria necessária uma reforma, o que gerou repercussões.
A reforma não seria a primeira do espaço, que contém uma lista de problemas geradas por intervenções, desde brigas até investigações policiais.
Fernando Collor
Primeiro presidente da redemocratização do Brasil, Fenando Collor de Mello não morou na residência oficial depois de eleito. Collor decidiu morar na chamada Casa da Dinda, um imóvel de seu pai e que tinha sido batizado em homenagem à sua mãe. Antes, Collor tentou fazer como José Sarney e outros presidentes militares e morar na Granja do Torto, outra residência oficial, mas com características de casa de veraneio, mas não se adaptou.
Itamar Franco
Quando assumiu a presidência depois da queda de Collor, Itamar Franco demorou mais de seis meses para se mudar para o Palácio do Alvorada. O ex-governador de Minas Gerais era supersticioso e tinha medos de supostos fantasmas que moravam no local. Só foi convencido depois que Sarah Kubitscheck, esposa de Juscelino e primeira moradora do local, fez uma visita guiada pelo local e garantiu ao mineiro que o local era seguro de espíritos do além. Ficou menos de um ano morando no local.
Fernando Henrique Cardoso
FHC foi o primeiro presidente eleito a de fato utilizar o espaço como residência oficial. O local foi reformado por Itamar para a ainda equipe de transição de Fernando Henrique usar. Antes da chegada de FHC e sua esposa foram feitas reformas na parte elétrica, hidráulica e pintura. O ex-presidente gostava de usar a piscina do local para praticar exercícios pela manhã, mas foi a biblioteca que ficou conhecida nessa época. Fernando Henrique e sua esposa, Ruth Cardoso, contribuíram com milhares de exemplares e usavam o local para reuniões. A primeira-dama evitava festas no Alvorada justamente com receio de danificar o ambiente. Mesmo assim, uma reforma de mais de R$ 1 milhão foi feita no local para acomodar o casal.
Lula
A primeira polêmica de Lula com o Palácio do Alvorada foi em 2004 quando a ex-primeira-dama Marisa Letícia fez uma enorme estrela vermelha no jardim utilizando flores. Depois de críticas, o casal recebeu Oscar Niemeyer, idealizador do projeto, e conseguiu autorização para o que seria a primeira grande reforma e segunda polêmica de Lula com a residência oficial. A obra, orçada inicialmente em mais de R$ 18 milhões, foi feita em parceria com empreiteiras e construtoras. No seu segundo mandato, uma reforma na piscina foi alvo de investigação da Polícia Federal.
Dilma Rousseff
Dilma Rousseff foi outra que demorou a se mudar para o Palácio do Alvorada. A ex-ministra primeiro se instalou na Granja do Torto com sua a mãe e uma tia. A avaliação era que o Torto era um local com características aconchegantes. A presidente gostava de caminhar pela manhã e acreditava que era um local mais isolado. Depois de três meses como presidente, Dilma se mudou para o local onde ficaram comuns os passeios de bicicleta pela manhã. Durante o processo de impeachment, Dilma foi proibida de usar o Palácio do Planalto, e o Alvorada virou de vez o escritório da petista. Algumas mudanças foram feitas, como instalações de mesas, computadores e televisões, e alguns danos foram notados na estrutura.
Michel Temer
A passagem de Michel Temer pelo Palácio do Alvorada foi tumultuada. Vice-presidente eleito na chapa com Dilma Rousseff, Temer continuou morando no Palácio do Jaburu, que fica ao lado do Alvorada, mesmo com a saída de Dilma da presidência. Temer só se mudou para o local depois de uma série de reformas, a maioria para adaptar à residência ao filho pequeno, como grades e telas que custaram cerca de R$ 24 mil. As mudanças foram criticadas por, segundo especialistas, alterar a fachada histórica do imóvel. O ex-presidente também mandou substituir parte do mobiliário. Após pouco tempo morando no local, a família de Temer decidiu retornar ao Jaburu deixando o Alvorada apenas para reuniões oficiais.
Jair Bolsonaro
A relação de Jair Bolsonaro com a residência oficial voltou novamente aos holofotes com a declaração da nova primeira-dama. Ao longo dos quatro anos que esteve no local, Bolsonaro demonstrava não ter muita informação sobre o que ocorria. Foram comuns as reclamações do ex-chefe do executivo sobre locais que não frequentava ou número de funcionários e os gastos. Vítima de um atentado ainda durante as eleições, Bolsonaro promoveu algumas reformas no local para adaptações. Ele chegou a cair no banheiro e precisou trocar o piso. O local ainda ficou conhecido durante a época de Bolsonaro por ser lá que os apoiadores o encontravam e pelos churrascos promovidos pelo presidente. Uma das críticas feitas ao ex-presidente foram as mudanças feitas no escritório. Um quadro foi retirado para dar lugar à uma televisão e equipamentos usados nas lives de Bolsonaro.