Internacional

Países ricos lançam ajuda econômica; mortes por coronavírus na Itália ultrapassam China

19 mar 2020, 17:38 - atualizado em 19 mar 2020, 17:38
Idoso
Com quase 228.000 infecções e mais de 9.200 mortes, a epidemia assusta o mundo e leva a comparações com períodos dolorosos como a Segunda Guerra Mundial (Imagem: REUTERS/Annegret Hilse

Os países mais ricos do mundo implementaram medidas de ajuda sem precedentes na economia global nesta quinta-feira, quando casos de coronavírus dispararam na Europa, novo epicentro da doença, com o número de mortos na Itália superando o da China continental.

Com quase 228.000 infecções e mais de 9.200 mortes, a epidemia assusta o mundo e leva a comparações com períodos dolorosos como a Segunda Guerra Mundial, a crise financeira de 2008 e a gripe espanhola de 1918.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que uma recessão global, “talvez de dimensões recordes”, é quase certa.

“Este é um momento que exige ação política coordenada, decisiva e inovadora das principais economias do mundo”, disse Guterres a repórteres por meio de uma videoconferência. “Estamos em uma situação sem precedentes e as regras normais não se aplicam mais.”

O turismo e as companhias aéreas foram particularmente prejudicados, uma vez que os cidadãos estão se isolando para minimizar o contato e reduzir a propagação da Covid-19, doença semelhante à gripe. Mas poucos setores foram poupados por uma crise que ameaça desencadear uma longa recessão global.

Os mercados têm sofrido perdas não vistas desde o colapso financeiro de 2008, com investidores correndo para o dólar norte-americano como um porto seguro.

Mas as ações europeias e norte-americanas tiveram uma recuperação provisória na quinta-feira e os preços do petróleo se recuperaram, embora o alívio possa ser breve.

O turismo e as companhias aéreas foram particularmente prejudicados (Imagem: Unspash/@pixtolero2)

Formuladores de políticas de EUA, Europa e Ásia reduziram as taxas de juros e abriram torneiras de liquidez para tentar estabilizar as economias atingidas por consumidores em quarentena, cadeias de suprimentos interrompidas, transporte bloqueado e negócios paralisados.

O vírus, que se acredita ter surgido de vida selvagem na China continental no final do ano passado, se espalhou para 172 outros países e territórios, com mais de 20.000 novos casos registrados nas últimas 24 horas –novo recorde diário.

Casos na Alemanha, Irã e Espanha subiram para mais de 12.000 cada. Uma autoridade em Teerã disse no Twitter que o coronavírus estava matando uma pessoa a cada 10 minutos.

O Reino Unido, que registrou 128 mortes, estava fechando dezenas de estações de metrô em Londres e ordenando que as escolas fossem fechadas a partir de sexta-feira.

Soldados italianos transportavam cadáveres durante a noite de um cemitério sobrecarregado no país mais atingido da Europa, onde 3.405 pessoas morreram, mais do que na China continental.

As Forças Armadas da Alemanha também estavam se preparando para ajudar, apesar da sensibilidade nacional sobre essa implantação que remonta à era nazista.

Em muitos países, os supermercados eram cercados por compradores que estocam alimentos básicos e produtos de higiene. Alguns locais racionaram as vendas e fixaram horários especiais para os idosos.

A Rússia relatou sua primeira morte por coronavírus nesta quinta-feira.

Em meio à escuridão, a China ofereceu um raio de esperança ao reportar nenhuma nova transmissão local. Os casos importados, no entanto, aumentaram, respondendo por todas as 34 novas infecções.

Nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump havia minimizado a ameaça do coronavírus, as infecções ultrapassaram 9.400 em todos os 50 Estados e há pelo menos 151 mortes.

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