Países da América Latina pedem adiamento de eleição do BID, em revés para candidato de Trump
O apoio entre países latino-americanos ao adiamento da eleição de um novo presidente para a principal organização de financiamento ao desenvolvimento da região cresceu nesta sexta-feira, representando uma potencial derrota para o candidato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para liderar a instituição.
O candidato dos EUA, Mauricio Claver-Carone, um conselheiro de Trump conhecido por sua postura linha-dura em relação a Venezuela e Cuba, é o atual favorito para conquistar a posição de liderança no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que deve realizar eleição sobre a questão no mês que vem.
Claver-Carone se tornaria a primeira pessoa de fora da América Latina a liderar o banco com sede em Washington, um primo menor do Fundo Monetário Internacional (FMI) que tem sido liderado por latino-americanos desde 1959.
Mas os pedidos vindos da região por uma abordagem diferente têm aumentado.
O ministro das Finanças do México disse nesta sexta que a votação deveria ser adiada “até que as condições sejam certas”, ecoando um pedido semelhante feito pelo Chile na quinta-feira.
O comitê de Assuntos Externos do Senado argentino disse em nota nesta sexta-feira que apoiava de forma unânime um candidato latino-americano no comando do banco. O governo do país ainda não anunciou sua posição, mas um porta-voz deu a entender que um adiamento pode ser apropriado.
“Há um consenso geral de diversos setores na região sobre a importância de uma figura latino-americana liderando uma organização financeira tão importante quanto o BID”, disse o porta-voz. “Acelerar uma decisão sobre o assunto não seria prudente”.