Pague Menos (PGMN3) tem queda no lucro no 3° tri com efeito financeiro e Extrafarma
A Pague Menos (PGMN3), segunda maior rede de farmácias do país em número de lojas, divulgou nesta segunda-feira queda de 80% no lucro ajustado no terceiro trimestre, impactada por resultado financeiro e efeitos da incorporação da Extrafarma, no primeiro balanço que contabiliza os ativos adquiridos.
A Pague Menos, que tem maior presença nas regiões Norte e Nordeste, teve lucro líquido ajustado de 7 milhões de reais, ante 35,6 milhões no mesmo período de 2021.
Sem ajustes, que incluem fatores não recorrentes relacionados à transação, o lucro contábil foi de 84,5 milhões de reais, avanço em relação aos 29,9 milhões de reais apurados um ano antes.
A Pague Menos concluiu no início de agosto a compra da Extrafarma, que pertencia à Ultrapar, e os números divulgados nesta segunda-feira não incluem o desempenho da rede em julho.
A operação custou 737,8 milhões de reais e aumentou o portfólio de lojas da marca em quase 400 pontos no país.
Custos iniciais da integração entre as empresas, como indenizações após demissões o grupo não abre quantas fechamento de cerca de dez lojas e da operação de atacado, e ajustes em estoques, impactaram negativamente a última linha do balanço da Pague Menos no terceiro trimestre.
Separadamente, a Extrafarma teve prejuízo de 30,3 milhões de reais. “Essa limpeza de portfólio, tanto de loja, como de unidades de negócio, nas despesas administrativas e etc gerou esse resultado inicial atípico”, afirmou Luiz Renato Novais, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Pague Menos, à Reuters.
As despesas com vendas e gerais e administrativas avançaram no consolidado do grupo, mas ficaram quase estáveis como percentual da receita bruta.
Um resultado financeiro negativo em cerca de 94 milhões de reais pesou fortemente no lucro, diante de aumento dos juros e da alavacangem financeira — que foi a 1,4 vez contra 0,9 vez no segundo trimestre.
Já o resultado operacional consolidado da Pague Menos medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 199,5 milhões de reais, alta de 24,3% quando comparado a igual período de 2021. A margem Ebitda caiu de 7,9% para 7,5%.
Impacto do Inverno e Rupturas
A receita bruta total avançou 29,9%, com alta de 11,6% nas vendas da rede Pague Menos e de 7,2% em mesmas lojas. Na Extraframa, o avanço no trimestre (considerando julho) foi de 13,9% e em mesmas lojas de 13,8%.
A RD, maior rede de farmácia do país, divulgou na semana passada avanço nas vendas totais de 22,3% na comparação anual, e em mesmas lojas de 16,7%, enquanto aumentou a projeção de abertura de lojas nos próximos anos. Os números não são totalmente comparáveis dado o diferente perfil geográfico de atuação.
“As vendas nas nossas lojas no Sul e Sudeste cresceram cerca de 14%, enquanto no Norte e Nordeste cresceram próximo de 7%…Os grupos que têm portfólio de loja muito mais concentrado no Sudeste e Sul foram beneficiados por conta da onda de problemas respiratórios no inverno (prolongado)”, disse Novais.
O executivo admite que o inverno mais longo também inflou, do outro lado, problemas na cadeia de suprimentos. A falta de medicamentos nas prateleiras das lojas da marca Pague Menos medida pelo índice de ruptura, que preocupou analistas no último balanço, aumentou 150% em um ano. Novais fala em pelo menos cinco, seis meses para voltar aos patamares de 2021.
Novais destacou a alta de vendas da marca Pague Menos no canal digital, que viu a sua participação nas vendas totais subir de 8,5% para 11% no período.
A Pague Menos divulgou em outubro desaceleração na abertura de lojas nos próximos dois anos para focar na integração da Extrafarma. Foram 19 pontos abertos no trimestre passado.
Veja o resultado abaixo:
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