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Pague Menos (PGMN3) amarga queda de 10% após números do 4T24; dois pontos acendem alerta de analistas

11 mar 2025, 11:41 - atualizado em 11 mar 2025, 11:41
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Açõea da Pague Menos amargam queda após balanço do quarto trimestre de 2024 (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

As ações do Pague Menos (PGMN3) amargaram queda superior a 8% apenas na primeira hora de pregão nesta terça (11), mesmo após o lucro líquido da companhia totalizar R$ 77,1 milhões no último trimestre de 2024, avanço de 22,8% em relação ao mesmo período de 2023.

O resultado, segundo a empresa, ocorreu em função da combinação de crescimento de vendas, incremento da rentabilidade operacional e redução do resultado financeiro.

Apesar do crescimento anual do lucro, a margem líquida permanece abaixo da média histórica da companhia. “Seguimos comprometidos com a desalavancagem financeira e melhoria de eficiência operacional para seguir expandindo lucros”, disse a empresa.

O Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) foi de R$ 164 milhões, alta de 31,6% ante um ano antes.

Às 11h30 (horário de Brasília) as ações derretiam 10,32%, a R$ 2,78. Acompanhe o tempo real.



Para os analistas Marcio Osako, do Bradesco BBI e José Cataldo, da Ágora Investimentos, os resultados foram positivos, como já era esperado. Apesar disso, a recomendação para PGMN3 permanece neutra, considerando a alta alavancagem da companhia e mais riscos em relação à potencial tributação dos benefícios do ICMS, dada sua menor margem líquida.

O Santander pondera que o Pague Menos relatou um bom trimestre, com forte impulso de vendas e melhorias na lucratividade. No entanto, houve uma ligeira perda de lucro líquido devido a despesas financeiras maiores do que o esperado. O banco também permanece com recomendação neutra para a ação.

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Dois pontos acendem alerta de analistas sobre Pague Menos

Na avaliação da Genial Investimentos, a empresa entregou números fortes, mas a alavancagem financeira permanece uma “grande dor de cabeça” para a companhia neste ano, considerando que é a única ainda alavancada no setor.

Os analistas Iago Souza e Nina Mirazon chamam atenção para dois pontos em relação ao balanço da Pague Menos, sendo o primeiro o que chamam de base de comparação distorcida.

“O crescimento expressivo precisa ser analisado dentro do contexto. A companhia partiu de uma base de comparação muito fraca, pois, ao longo de 2023, o resultado ainda carregava as “dissinergias” da aquisição da Extrafarma, seja em termos de perda de estoque, quanto em termos de diluição de despesas”.

Apesar do avanço na qualidade do lucro, a margem operacional segue inferior aos pares.

Ainda, há o alerta para a posição de caixa e estrutura de capital. A Genial pondera que, embora a aquisição da Extrafarma esteja paga, o nível de caixa preocupa.

“A companhia encerrou o trimestre com apenas R$ 150 milhões em caixa para uma dívida de curto prazo de R$ 370 milhões, o que torna praticamente inevitável uma rolagem de dívida ao longo de 2025”, comentam.

O problema, na visão dos analistas, é que o plano de expansão da companhia exigirá ainda mais capital e, com a Selic a 14,25%, um reajuste da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos)
abaixo da inflação e um poder de compra mais fragilizado, principalmente no norte e nordeste, a geração de caixa operacional pode não ser suficiente para cobrir o nível de investimento, enquanto os custos financeiros aumentam ao longo do ano.

“Dado o atual cenário de assimetria de risco, reiteramos nossa recomendação de manter no papel”, diz a Genial.

*Com informações do Estadão Conteúdo 

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.