PagSeguro (PAGS) ainda está “refém” da Selic, destacam analistas
A PagSeguro (PAGS) divulgou os seus números e animou o mercado, com os papéis negociados em Nova Iorque disparando.
Por volta das 15h57, as ações subiam 10,23%, a US$ 16,59, enquanto os BDRs saltavam 11%, a R$ 16,86.
Na noite da última quinta-feira (25), a empresa reportou lucro de R$ 403 milhões, alta de 17% ano a ano, acima do esperado.
Os analistas são unanimes em classificar as cifras como positivas, mas se dividem quanto à recomendação para o papel.
O Itaú BBA classificou o balanço como positivo, afirmando que foi um segundo trimestre “bem executado”, mas considerou as projeções para o terceiro trimestre modestas, sinalizando uma desaceleração, embora ainda forte e acima das projeções
Junto com o balanço, a companhia divulgou seu guidance e disse que espera receita entre R$ 4 bilhões e R$ 4,1 bilhões no terceiro trimestre, com lucro líquido entre R$400 milhões e R$ 410 milhões. A receita líquida entre abril e junho foi de R$3,9 bilhões, aumento de 65%.
O Morgan Stanley destacou que a empresa superou expectativas para receita e que divulgou projeções positivas para lucro e receita no terceiro trimestre, sugerindo em teleconferência sobre o balanço que o ‘momentum’ da receita deve continuar.
Para o UBS, o lucro líquido veio 8% acima do esperado, refletindo principalmente uma estratégia de repactuação bem-sucedida durante o trimestre. Além disso, as receitas ficaram acima em 7% do aguardado pelos analistas do banco suíço.
Os números da PagSeguro também passaram em 5% as expectativas do BTG. Em relatório assinado por Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, o banco destaca que foi mais um trimestre com expansão das taxas, com maior volume total de pagamentos (TPV, em inglês).
Hora de comprar PagSeguro?
O Bank of America, que recomenda comprar as ações do PagSeguro, escreveu que os resultados mostraram que o PAGS continua a crescer de forma lucrativa, apesar do ambiente adverso de taxas e à medida que se constrói o PagBank.
O BBA mantém o otimismo com a ação, afirmando que os lucros líquidos devem continuar a se expandir.
“Isso cria uma base sólida para o crescimento da renda líquida quando as taxas básicas de juros no Brasil começarem a cair”, diz.
Já o BTG mantém a recomendação neutra, com a visão de que a taxa Selic média ainda será alta em 2023, prejudicando a capacidade do PAGS de aumentar seus resultados contábeis.
“As despesas financeiras devem permanecer altas, o negócio de pré-pagamento exige financiamento, o adquirente vem queimando caixa e as despesas de D&A e baixas de PDV mais altas são basicamente um “dado” para o próximo ano”, diz.
Além disso, o banco calcula que a ação negocia a 20 vezes o preço sobre o lucro para 2023, “o que não parece barato”.
“Reiteramos nossa visão cautelosa de médio prazo sobre o setor de pagamentos no Brasil. A dinâmica de preços parece mais racional, mas esse equilíbrio é muito instável”, discorre.
Em relatório enviado nesta sexta, o Credit Suisse cortou o preço-alvo de PagSeguro de US$ 40 para US$ 20, “devido a um custo de capital 1,5 pp maior, agora em 18% (R$ nominal), e uma taxa Selic mais alta de curto prazo”, mas manteve a recomendação outperform, equivalente a compra.
Com Reuters
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