Página virada: O que esperar dos fundos imobiliários em junho?
Maio foi mês de céu azul e sol escaldante para o índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3, que saltou 5,43%, no melhor desempenho mensal desde agosto de 2022. Contudo, página virada.
Um novo mês começa e o Ifix abre junho em busca de mais. Tanto é que o índice de FIIs abriu o pregão desta quinta-feira (1) nas máximas desde fevereiro de 2020, chegando a 3.023 pontos logo no início dos negócios.
Entretanto, por volta das 13h (de Brasília), o índice referência do setor recuava 0,19%, aos 3.008 pontos.
Entre os fundos imobiliários listados no Ifix, o Vectis Juros Real (VCJR11) oscilava com a maior alta, de 2,7%. Em contrapartida, o CSHG Real Estate (HGRE11) registrava o maior recuo no horário acima, de 3,2%.
O que junho reserva para fundos imobiliários?
Para o head de fundos imobiliários da Fator Administração de Recursos, Rodrigo Possenti, o movimento observado em maio deverá continuar em junho, tendo como pano de fundo a expectativa em relação a taxa de juros.
Segundo ele, essa será a grande variável para o mês, já que é possível observar um cenário de perspectiva de queda da taxa Selic, “que é um grande propulsor dos fundos imobiliários”.
“Dependendo das notícias, poderemos ver mais um movimento de força do ganho de preço das cotas dos FIIs”, comenta. Porém, ele faz um alerta para os fundos atrelados à inflação.
“Pode ser que eles comecem a atuar defensivamente para guardar receita e fazer frente aos meses de inflação baixa, ‘criando gordura’ para manutenção dos dividendos“, diz Possenti.
Na semana passada, o IBGE divulgou a prévia da inflação oficial do país, com o IPCA-15 em alta de 0,51% em maio, desacelerando-se em relação à alta de 0,57% apurada em abril. Além disso, no acumulado em 12 meses, a prévia da inflação teve alta de 4,07%, ante +4,16% no mês anterior.
FIIs, crédito e CRIs no radar
Os fundos de papel foram os grandes vitoriosos de maio, com o setor avançando 8% no mês passado. Contudo, a preocupação em relação ao crédito prossegue, avalia o profissional da Fator.
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Sendo assim, ele diz, o cenário de taxa de juros alta continua e as empresas seguem com dificuldade para financiamentos. “A inflação mais baixa reflete em queda da atividade e vemos um potencial problema de crédito para as operações dessas companhias”, reforça.
No entanto, ele acrescenta que, ao longo deste mês, novas notícias em relação as dificuldade de crédito devem sair. “Ou de reestruturação de operações, principalmente, de CRIs“, observa.