Página virada? Magazine Luiza (MGLU3) ganha 3 Méliuz (CASH3) em valor de mercado após balanço
O Magazine Luiza (MGLU3) disparou 17% na sessão desta sexta-feira (12) após entregar prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre de 2022.
Trata-se da maior valorização diária desde março de 2020. Segundo dados da Economática/TC, a empresa ganhou R$ 3,7 bilhões em valor de mercado, o que equivale a três Méliuz (CASH3), que vale hoje na bolsa R$ 1,16 bilhão.
Mesmo com prejuízo, que ficou acima do esperado, o mercado foi às compras. O Ibovespa e ações de consumo começam a colher os frutos de um possível fim do ciclo da Selic.
Na visão do Goldman Sachs, a empresa está próxima a um “ponto de inflexão”, com números dentro das expectativas do mercado.
“A administração foi construtiva em seu comentário sobre a geração de caixa do segundo trimestre estar de volta a níveis positivos e expectativa de melhores vendas no segundo semestre”, coloca.
É o fundo do poço para Magazine Luiza?
Para os analistas do banco, os investidores vão começar a olhar com “carinho” para papéis sensíveis à taxa de juros.
Na visão da Ativa Investimentos, o valuation atual da companhia está muito descontado pelo cenário de alta de juros e que há uma grande distorção no preço de tela.
A corretora elevou a recomendação de neutro para compra.
Já a Genial Investimentos destaca a geração de R$ 1,3 bilhão de caixa operacional no período, reflexo de uma melhora em seu capital de giro e de retorno a margens um pouco mais saudáveis.
Após o balanço, Genial, Eleven, e BTG reiteram a compra de MGLU3, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 8, R$ 6 e R$ 7.
Pontos de ação
Mesmo que parte do mercado esteja animado com os papéis, outra parte ainda vê “sujeiras” vindas do macro ruim.
Segundo o Bradesco BBI, o resultado mostra que a empresa continua sofrendo com os ventos contrários, com a fraca demanda impactando o GMV (valor bruto de mercadoria), e as altas taxas de juros impactando negativamente tanto o GMV (demanda) quanto o lucro (custos de financiamento).
“Temos algumas preocupações de que categorias de alto valor/dependentes de crédito possam estar enfrentando ventos contrários na demanda incremental (os resultados da Allied (ALLD3), por exemplo, mostraram uma demanda fraca por categorias que são essenciais para Magalu, e as verificações de canal sugerem que os fabricantes estão tendo dificuldades também)”, lembram os analistas.
Eles sustentam que é muito cedo para um rali sustentável impulsionado por uma recuperação do crescimento e taxas mais baixas.
O Inter Research também guarda preocupações com o Magazine Luiza.
De acordo com o banco, o Magalu divulgou resultados fracos, com impactos do cenário macro desafiador e decepcionou em faturamento, seja em lojas físicas, quanto no online, sobretudo no 1P (estoque próprio).
“A dinâmica expansiva dos competidores estrangeiros (Alibaba, Shopee, Amazon) e Mercado Livre, juntamente das pressões inflacionárias, de crédito e taxa de juros deixam o ambiente mais competitivo”, ressalta.
Para o Inter, isso pode provocar uma canibalização maior de margens, “pois ainda estamos longe de ver um vencedor”.
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