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Pagamento a Petrobras de US$ 45 bi por cessão onerosa é excessivo, diz Credit Suisse

09 out 2019, 12:42 - atualizado em 09 out 2019, 14:55
Analistas listam recomendação outperform para as ações (Imagem: EBC)

Em decorrência da estimativa de US$ 45 bilhões de recompensa a Petrobras (PETR3PETR4) pela União, conforme veiculado na última terça-feira (8) no Valor Econômico, o Credit Suisse divulgou relatório a clientes nesta quarta-feira (9) avaliando a realidade em torno do número, além de propor novo método para calcular a transferência de direitos da cessão onerosa.

Conforme o relatório obtido pelo Money Times, o valor publicado é acima da estimativa de US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões projetada pelos analistas Regis Cardoso e Victor Schmidt.

“Dentro deste contexto, continuamos a acreditar que provavelmente o governo pagará um valor menor a Petrobras”, avalia o Credit Suisse.

A recomendação dos ADRs (American Depositary Receipts) é de outperform (desempenho) acima da média do mercado, com preço-alvo de US$ 21 – upside (potencial de valorização) de 52,5% em doze meses conforme o último fechamento.

Nova metodologia

O banco destaca que o cálculo preciso da compensação requere a comparação proporcional a valor presente da produção da Petrobras antes e depois do agrupamento, “o que pode ser um pouco complicado”.

“A Petrobras essencialmente troca um valor maior de barrris (desenvolvidos) por barris (não explorados) de menor valor”, ponderam Cardoso e Schmidt.

Como solução, o Credit Suisse propõe dois componentes para o cálculo: o número de barris comercializados (a diluição da produção) e a diferença no valor destes barris (as perdas no valor de barris diários).

Estimação mais fácil

Neste sentido, os analistas destacam que a diluição do volume da produção é mais fácil de ser estimada: a transferência de direitos da Petrobras é conhecida a priori, no montante de 4,55 bilhões de barris de petróleo equivalentes por dia em áreas que serão leiloadas.

O volume excessivo em todas as áreas da cessão onerosa é projetado dentro do intervalo de 6 bilhões a 10 bilhões de barris. “Logo, a diluição (ou seja, o número de barris de maior valor trocados por barris de menor valor) provavelmente estarão no intervalo de 2,5 bilhões a 3 bilhões”, afirma o Credit Suisse.

Assimetria

Desta forma, a compensação de US$ 45 bilhões de 2,5 bilhões a 3 bilhões de barris requere diferença entre os barris de maior e menor valor de US$ 15 a US$ 18. “A assimetria parece ser excessiva”, aponta o banco.

Por fim, para fundamentar os porquês dos barris não explorados terem menor valor do que os já descobertos, os analistas destacam dois pontos: custos de exploração, tipicamente de US$ 5 por barril; e relação de valor-tempo da produção.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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