Brasil

Governo não quer ‘vender fantasia’ e pode voltar a discutir gastos, diz Haddad

29 nov 2024, 14:12 - atualizado em 29 nov 2024, 14:12
Ministro Fernando Haddad 28/11/2024 REUTERS/Adriano Machado
Ministro Fernando Haddad 28/11/2024 REUTERS/Adriano Machado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira que o pacote fiscal detalhado pelo governo na véspera não é o “gran finale” do esforço do governo para o ajuste das contas públicas.

Em evento anual da Febraban, ele afirmou que, caso haja desconforto em tono do cálculo do impacto das medidas, “vamos voltar para mesa de discussão”, acrescentando que não há a intenção de “vender fantasia” e que o governo está comprometido em derrubar o déficit e reestruturar as finanças públicas.

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“Caixa de ferramentas é infinita”, afirmou.

Questionado se ele precisa convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a importância dos esforços dessa agenda, o ministro disse que em certos momentos sim, ponderando que, como presidente da República, Lula é sensível a vários temas, e frisando que a relação dos dois é “transparente, tranquila e informal”.

Haddad reiterou que o problema fiscal é questão que precisa ser enfrentada por todos os Poderes, e citou manifestações de apoio às medidas pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacando o bom alinhamento com o governo.

Medidas do governo

Na quarta, o governo anunciou um projeto de reforma tributária da renda, que busca ampliar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês, e de um pacote de medidas que promoverá uma economia de R$ 71,9 bilhões nas contas públicas em dois anos.

O pacote fiscal era amplamente esperado pelo mercado, que vinha mostrando nervosismo com a demora por seu anúncio, uma vez que havia sido prometido para depois do segundo turno das eleições municipais.

Mas apesar do valor das medidas de contenção de gastos vir em linha com o esperado, os investidores foram pegos de surpresa com a divulgação concomitante da reforma do IR, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde então, os juros futuros registram forte alta e o dólar é negociado na faixa dos R$ 6. O economista sênior da Julius Baer Brasil, Gabriel Fongaro, disse ao Money Times que o pacote decepcionou tanto em relação à economia prevista quanto na qualidade das medidas.

“O mercado não acredita nos R$ 70 bilhões de economia que o governo projetou para os próximos dois anos. Tem também uma decepção na qualidade, com menos medidas estruturais do que foi imaginado”, disse.

*Com informações da Reuters

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