Pacote de corte de gastos prevê economia de R$ 70 bilhões; veja o que esperar do Ibovespa (IBOV)
Após semanas de espera, o mercado, finalmente, conheceu o pacote de contenção de gastos do governo brasileiro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na noite desta quarta-feira (27), em rede nacional, uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. As medidas incluem:
- Reajuste do salário mínimo acima da inflação, mas “de forma sustentável”.
- Idade mínima para militares entrarem na reserva.
- Limite para transferências de pensões militares.
- Abono salarial restrito a quem ganha até R$ 2.640, corrigido pela inflação até atingir 1,5 salário mínimo.
- Crescimento das emendas parlamentares abaixo das regras fiscais.
O ministro também confirmou que quem ganha até R$ 5 mil ficará isento de Imposto de Renda (IR), compensado por maior tributação sobre rendas acima de R$ 50 mil mensais – sem impacto fiscal, disse.
Segundo o diretor de investimentos da Nomos, Beto Saadia, o anúncio teve um tom predominantemente político.
“Ele combina uma medida extremamente impopular para o governo — um dos maiores pacotes de contenção de gastos já vistos na história recente, caso seja efetivamente implementado — com uma medida mais popular, utilizada como contrapeso: a isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil, compensada pela tributação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês”.
Antes do pronunciamento de Haddad, o mercado já reagia com mau-humor à isenção do IR para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil. “Isso ocorre não apenas pela desconfiança em relação à viabilidade da medida compensatória, mas também porque, do ponto de vista econômico, ela é percebida como prejudicial para o crescimento”, diz Saadia.
Ainda assim, o diretor da Nomos pontua que a sinalização pública foi positiva em alguns aspectos, como a manutenção do salário mínimo e das emendas parlamentares dentro do arcabouço fiscal, com um limite de crescimento de 2,5%.
No entanto, faltaram informações claras sobre a origem dos R$ 70 bilhões mencionados — “o que dificulta a análise mais precisa”. As medidas devem ser esclarecidas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, a partir das 8h (horário de Brasília).
“Teremos mais detalhes e poderemos avaliar o pacote de forma mais técnica”, afirma.
Os mercados
O ‘mal-estar’ do mercado com o cenário fiscal antes do anúncio de Haddad pressionou o Ibovespa (IBOV), que perdeu um pouco mais de 2 mil pontos durante a sessão.
Ontem, o principal índice da bolsa brasileira caiu 1,73%, aos 127.668,61 pontos, na mínima do dia.
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Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,9135 (+1,81%) — na máxima nominal histórica para o dólar desde a criação do real.
Hoje, o feriado de Ação de Graças mantém as bolsas dos Estados Unidos fechadas.
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (28)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +0,56%
- Hong Kong/Hang Seng: -1,20%
- China/Xangai: -0,43%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: +0,28%
- Frankfurt/DAX: +0,89%
- Paris/CAC 40: +0,86%
Wall Street (fechado)
Commodities
- Petróleo/Brent: +0,05%, a US$ 72,87 por barril
- Petróleo/WTI: -0,01%, a US$ 68,71 por barril
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): +1,85%, a US$ 95.280,0
- Ethereum (ETH): +5,75%, a US$ 3.608,50
Boa quinta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!