Ovo mais barato: Onda de calor é fator importante para queda nos preços
A recente onda de calor fez derreter o preço dos alimentos, em especial dos ovos. A temperatura alta fora de período, combinada a um menor consumo previsto no fim do mês, fez com que os preços caíssem nas últimas semanas de setembro.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), a queda no valor da caixa com 30 dúzias esta semana chegou a ser de 5% em comparação com a semana anterior.
A explicação para esta baixa nos preços se dá por quatro fatores principais:
- queda no consumo, que já é normalmente mais baixo em fim de mês;
- valores de milho e soja mais baratos;
- comportamento das galinhas, que ficam mais estressadas dentro das granjas por conta do calor e acabam produzindo ovos de qualidade inferior, aumentando a perecibilidade do produto; e
- com ovos mais “sensíveis”, e que estragam mais rápido também por conta das temperaturas elevadas, os produtores são obrigados a “desovar” os produtos o quanto antes, com menores preços.
A queda nos preços em setembro está fora do normal, segundo a analista de mercado pecuário do Cepea, Juliana Ferraz. O valor naturalmente começa a abaixar a partir de dezembro, quando já entra o verão, mas este ano aconteceu durante o inverno e a primavera.
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No entanto, ao jornal O Globo, o Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, explicou que nem sempre os consumidores chegam a ver redução do preço nos mercados.
“Por vezes, essa mudança de preços não impacta diretamente o consumidor. Vale lembrar que há uma margem de lucro no varejo e atacado que é bastante importante. Às vezes, há uma redução de preço para o produtor que tem que apressar suas vendas ou aumento momentâneo de alojamento que acabou acontecendo e os supermercados não repassam essa diminuição para a população”, disse ao jornal.
Apesar da queda sazonal de setembro de 3,77% registrado no IPCA-15, os dados do IBGE mostram que, no acumulado do ano, a alta dos ovos ainda é de 11,67%, puxada principalmente pela retração da oferta de fevereiro a maio.
Efeito deve acabar em breve
Com a normalização da temperatura e a chegada do fim de ano, os preços devem voltar ao “normal” em outubro. Isso porque o consumo de proteína volta a subir nos últimos meses do mês, quando a população de carteira assinada passa a ganhar o 13º, o que eleva o poder de compra.