Outlook do USDA mostrou que a soja só não terá pressão se o clima não ajudar nos EUA
O que pode dar suporte para preços mais elevados da soja nos futuros da bolsa de mercadorias de Chicago é se o clima complicar a produção projetada nos Estados Unidos.
Em paralelo, se a demanda para 2023 for boa e as safras mundiais se confirmarem mais apertadas, também as cotações poderão ter alguma sustentação adicional.
Fora isso, o mercado é de pressão, a seguir os dados do Outlook Fórum, do USDA, mesmo com o fator Argentina no meio, estima o analista Vlamir Brandalizze.
O andamento desta quinta (23) mostra baixa (0,50%, US$ 15,33), como vem desde a abertura, embora os momentos de alta podem voltar, porque ainda falta um bom volume do Brasil para entrar. Mas vai e forte, acrescenta ele.
As projeções do USDA não mostraram aumento da área de intenção de plantio, de 35,4 milhões de hectares, igual a 22/23. Ainda que abaixo do que os agentes previam, o país deverá colher 125 milhões de toneladas, contra 116 milhões/t do último ciclo.
Daí que entra o fator clima que poderia dar suporte de valorização.
Na soma de todas as origens, contudo, o Outlook diagnosticou 375 milhões/t, quase 8 milhões/t a menos.
Daí que entra o fator demanda mundial em clima otimista para uma oferta mais reduzida, acredita Brandalizze.
Na sequência da virada de março, a oferta brasileira vai pesar nos preços, quando a colheita estiver mais encorpada. Hoje, está em 25% da área, em atraso, pelas chuvas excessivas fora o Rio Grande do Sul.
“Vai ter muito grão sendo despejado no porto, mesmo porque não tem lugar para armazenar no interior”, conclui o CEO da Brandalizze Consulting.