Comprar ou vender?

Ousado e agressivo: Safra e Bradesco avaliam realismo do futuro do Santander

09 out 2019, 11:11 - atualizado em 09 out 2019, 11:15
Santander Brasil realizou evento com analistas do mercado (Reuters/Rodrigo Garrido)

O Santander Brasil (SANB11) realizou o primeiro Investor Day de sua história, no qual o CEO Sergio Rial mostrou perspectivas de forte crescimento para o banco, apresentando guidance (projeção interna da empresa) de ROAE (retorno médio sobre o patrimônio líquido) de 21% ao longo dos próximos três anos.

O crescimento médio do volume de empréstimos deverá ser de 10% ao ano de acordo com as estimativas oficiais e o nível de eficiência (despesas do banco sem o pagamento de juros sobre lucro líquido) deverá ficar próximo a 38%.

Além disso, destaque para a empresa de microcrédito Prospera, com expectativa de atingir 1 milhão de clientes até 2022.

Diante dos números apresentados, Safra e Bradesco Corretora listam seus prognósticos para o banco, além de projetarem números operacionais e destaques do encontro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Benefício da dúvida

“O novo guidance do Santander Brasil parece ousado durante um momento de concorrência ascendente no setor e potencial aumento na tributação a partir de 2020”, dizem os analistas Luis Azevedo e Silvio Dória, do Safra.

Por outro lado, a instituição acredita que o banco merece “ter o benefício da dúvida” após três anos consecutivos de “performance excepcional e melhora do ROAE a níveis recordes”.

De acordo com as estimativas, o novo guidance apresenta lucro líquido de R$ 19 bilhões em 2022, número 6,7% acima das projeções do Safra.

Mais espaço

Para Azevedo e Dória, o Santander Brasil detém maior espaço para expandir suas operações do que os concorrentes, através de maior participação de mercado e de novos segmentos “o que deve sustentar os níveis altos de ROE”.

“Desta forma, reiteramos nossa visão positiva e a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o banco”, aponta o Safra, projetando preço-alvo de R$ 51 para a ação no final de 2020 – upside (potencial de valorização) de 17,8% em relação ao último fechamento.

Por último, os analistas destacam cinco vetores de crescimento: ambiente macroeconômico positivo, manutenção do crescimento orgânico e aquisição de novos clientes; lançamento de novas empresas; venda dos mesmos produtos em diversas plataformas do banco, via engajamento do cliente e; melhor eficiência operacional.

Excessivamente

Por sua vez, a Bradesco Corretora ressalta que o Santander Brasil conseguirá crescer e, ao mesmo tempo, elevar sua eficiência operacional. Contudo, “a orientação esperada sobre o ROE parece excessivamente otimista e, consequentemente, difícil de ser alcançada”.

Os analistas Victor Schabbel e Maria Clara Negrão avaliam que o banco é o “melhor posicionado para enfrentar um ambiente cada vez mais competitivo”. A recomendação das ações é de compra, com preço-alvo de R$ 50 – upside de 15,5% em relação ao último fechamento.