Ouro está perto de bater o recorde de 2011, impulsionado pelo medo do coronavírus
O ouro dá continuidade ao rali que leva a cotação ao nível mais alto em mais de sete anos diante da preocupação de que a pandemia de coronavírus tenha um efeito devastador na economia global, com a redução do lucro das empresas e maior apetite por ativos seguros.
Os contratos futuros em Nova York se aproximam de US$ 1.800 a onça, nível visto pela última vez em 2011. Os spreads entre os preços futuros e à vista continuam amplos, o que sugere liquidez mais reduzida e intensifica o deslocamento dos preços.
“As condições de liquidez são desafiadoras e os participantes do mercado se mostram cautelosos, o que é compreensível”, disse Joni Teves, estrategista do UBS, em relatório na terça-feira.
“A trajetória do ouro tem sido bastante acidentada até agora”, mas, considerando o cenário macro, o metal deve continuar avançando, disse Teves.
A cotação do ouro disparou neste ano em meio à crise global de saúde que empurrou economias para recessão e levou bancos centrais a adotarem enormes medidas de estímulo. Desde a onda de vendas forçadas no mês passado devido à queda das bolsas, o ouro mostra recuperação.
No geral, o ouro ainda tem espaço para subir, de acordo com Hans Goetti, fundador e diretor-presidente da HG Research.
“O que está acontecendo é que o Fed está expandindo o balanço e todos os outros bancos centrais do mundo estão fazendo o mesmo”, disse Goetti à Bloomberg TV.
“O que se vê é uma enorme desvalorização cambial a longo prazo. Essa é a principal razão pela qual o ouro está em alta e acho que, nas próximas semanas ou meses, provavelmente iremos testar novamente a máxima que vimos em 2011.”
Bancos como o UBS aumentaram os preços-alvo para o metal. As posições mundiais em fundos de índice garantidos por ouro atingiram recorde diante da busca de proteção para portfólios.
Na segunda-feira, os volumes do SPDR Gold Shares, o maior fundo desse tipo, ultrapassaram 1.000 toneladas, o nível mais alto desde meados de 2013.