Ouro renova máxima histórica em meio à fraqueza do dólar e apostas de cortes nos juros dos EUA
Em uma sessão marcada por volatilidade e deterioração do sentimento de risco nos mercados internacionais, o ouro renovou a máxima histórica intradia nesta terça-feira (20) e caminha para fechar em alta pela quarta sessão consecutiva.
Os contratos mais líquidos do ouro, com vencimento em dezembro, atingiram US$ 2.570,40 a onça-troy na Comex, divisão de metais de New York Mercantile Exchange (Nymex), por volta de 11h30 (horário de Brasília).
O metal precioso encerrou a sessão com alta de 0,36%, aos 2.550,60 a onça-troy.
O ‘hedge’ vem renovando recordes desde a semana passada. Na última sexta-feira (16), o ouro superou os US$ 2.500 a onça-troy pela primeira vez. Com a cotação, as barras de ouro passaram a valer mais de US$ 1 milhão, patamar não alcançado até então.
Isso porque cada barra de ouro pesa, aproximadamente, 400 onças — o equivalente a de 11 kg.
Já ontem (19), o metal precioso chegou a ser cotado a US$ 2.549,90 a onça-troy durante a sessão.
- Proteja seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Qual a melhor forma de investir em cada um? Descubra aqui.
O que mexeu com o ouro hoje?
O ouro tem avançado à medida que o dólar perde força no cenário internacional, com as apostas de cortes nos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed) em setembro.
Os traders estão precificando uma chance de 73,5% de o Fed cortar as taxas de juros em 25 pontos-base na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o que levaria os juros ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
Em reação, o índice DXY, que compara a moeda norte-americana a uma cesta de seis divisas globais, opera na mínima de sete meses.
Isso porque quanto mais o Banco Central dos Estados Unidos reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atraente em relação a outros países — que tenham juros mais elevados. O que também torna o ouro mais atraente para detentores de outras moedas.
Além disso, o mercado aguarda a ata da mais recente reunião do Fed, que deve ser divulgada nesta quarta-feira (21).
No radar ainda está o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole — um encontro anual de autoridades de bancos centrais, para obter mais sinais sobre a trajetória dos juros. O discurso mais esperado é o do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, na próxima sexta-feira (23).
*Com informações de Reuters