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Ouro de tolo? Metal precioso dispara 13%, e você ainda pode aproveitar alta. Veja como

21 abr 2023, 15:44 - atualizado em 21 abr 2023, 15:45
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Reluzente: “ouro valorizou 13% desde o final de fevereiro. Considerando os patamares atingidos em novembro do ano passado, quando chegou perto dos US$ 1.600, a alta é de mais de 25%”, explica Enzo Pacheco (Imagem: Pixabay/ Linda Hamilton)

O movimento recente do ouro fez muitos investidores questionarem se é hora ou não de apostar no metal. Afinal de contas, recentemente a commodity dourada atingiu a marca dos US$ 2.041, segundo maior fechamento da história — ficando atrás apenas dos US$ 2.069 que alcançou em agosto de 2020, ainda no auge da pandemia do coronavírus.

Os recentes eventos relacionados ao sistema financeiro americano e mundial fizeram com que o ouro valorizasse 13% desde o final de fevereiro. Considerando os patamares atingidos em novembro do ano passado, quando chegou perto dos US$ 1.600, a alta é de mais de 25%.

Uma das principais reservas de valor da história da humanidade, a demanda pelo metal precioso tende a aumentar em períodos de grandes incertezas. E, sem grandes dúvidas, esse é um desses momentos, com esse episódio dos bancos ainda ecoando pelos mercado não por conta do hoje, mas dos possíveis impactos na concessão de crédito nos próximos meses.

Além disso, com o Federal Reserve próximo do fim do ciclo de aperto monetário, o dólar tem perdido força perante as outras moedas globais (e não apenas em relação ao real).

A perspectiva de que novos aumentos na taxa básica de juros só ocorrerão diante de acontecimentos preocupantes no combate à inflação — enquanto outras economias como a União Europeia e o Reino Unido já sinalizando que ainda devem elevar os juros por conta dos preços em níveis historicamente elevados — faz com que recursos que iam em direção aos Estados Unidos por conta do maior retorno do que outras moedas passem a pensar em outras possibilidades como o euro e a libra.

E esse recuo na moeda americana atinge todos os bens que são cotados na divisa americana, e com o ouro não é diferente. Ainda mais com um cenário de crescimento econômico preocupante à frente.

Ouro também cai no gosto dos Bancos Centrais

Outro ponto importante é que não apenas os investidores privados têm aumentado a compra do metal dourado nesse começo do ano. De acordo com o World Gold Council, os Bancos Centrais ao redor do mundo adquiriram 157 toneladas de ouro nos dois primeiros meses do ano — o ritmo mais rápido de compras nos últimos 10 anos.

Normalmente, essas instituições mantêm moedas estrangeiras e ouro em suas reservas. Mesmo com o dólar ainda mantendo uma posição de dominância global, os recentes embargos feitos à Rússia por conta da invasão da Ucrânia fizeram com que muitos governos preferissem diversificar seus recursos para não sofrer com problemas similares.

Ainda segundo o World Gold Council, o Banco Central da China adquiriu 15 toneladas de ouro em janeiro e outras 25 toneladas em fevereiro; já o Banco Central da Turquia comprou 46 toneladas no primeiro bimestre de 2023; o Banco da Rússia aumentou suas reservas com 31 toneladas do metal dourado em fevereiro.

Dados da instituição também apontam que o fluxo para fundos de ouro virou para o positivo em março, com os ETFs que investem no metal físico vendo seus ativos aumentarem em 32 toneladas no mês passado.

Importante notar que, em termos reais, o ouro ainda está longe de suas máximas: em 1980, ajustado pela inflação, o preço da commodity atingiu a marca dos US$ 3 mil. Isso aconteceu uma década depois dos Estados Unidos terem abandonado o padrão-ouro e todo o período inflacionário e de recessão que ocorreu na sequência…

Obviamente, falar no ouro na casa dos US$ 3 mil parece um pouco exagerado para os tempos atuais. Mas sempre é bom lembrar que o metal historicamente migra rapidamente para novos patamares no menor sinal dos problemas — e leva um tempo para retornar aos níveis anteriores.

Para aqueles que ainda não possuem nada na carteira, mesmo perto das máximas históricas (nominalmente falando) ainda vejo sentido em ter uma parcela do portfólio nesse ativo. A maneira mais barata é por meio dos ETFs, como o iShares Gold Trust (B3: BIAU39 | NYSE: IAU) ou o SPDR Gold Trust (NYSE: GLD).

Enzo Pacheco é formado em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós-graduado em Operador de Mercado Financeiro pela FIA. Um entusiasta do assunto “investimentos” — tendo se interessado desde os tempos de universitário —, desde 2017 foca exclusivamente na análise dos mercados internacionais nas séries da Empiricus voltadas a esse propósito (Investidor Internacional e MoneyBets).

 

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