Ouro bate recorde em meio a embate de Trump e ameaça à independência do Fed

Em meio a um novo ponto de tensão nos mercados globais, o ouro ultrapassou a marca de US$ 3,5 mil por onça-troy (medida oficial que equivale a 28,3 gramas) pela primeira vez. A alta recorde reflete a preocupação do mercado com um novo embate de Donald Trump, que ameaça a independência do Federal Reserve.
Por volta das 10h (horário de Brasília), o contrato futuro de ouro, com vencimento me junho de 2025, subia 0,50%, a US$ 3.442,44.
A economia norte-americana, que é tradicionalmente conhecida pela sua estabilidade, tem vivido dias de tensão máxima e aversão ao risco por parte dos investidores. Primeiro, a guerra tarifária com diversos países. Agora, Trump tem feito ataques ao chair do banco central americano, ameaçando demiti-lo de seu cargo.
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Na última quinta-feira (17), Trump voltou a criticar o chefe do Fed cobrando cortes nos juros do país. “O ‘atrasado’ Jerome Powell, do Fed, sempre chega ‘TARDE DEMAIS E ERRADO’”, disse na rede social Truth.
O republicano acredita que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) já deveria ter reduzido as taxas de juros “há muito tempo”. O comitê está em compasso de espera há duas reuniões, mantendo os juros no patamar de 4,25% a 4,50% ao ano.
Contrariando Trump, Powell afirmou, na quarta-feira (16), durante discurso no Clube Econômico de Chicago, que as “mudanças políticas significativas” do novo governo devem afastar o banco central dos EUA de suas metas.
Apesar do apelo constante de Trump, principalmente em suas redes sociais, Powell já garantiu que não renunciaria caso o atual presidente pedisse seu cargo, mas isso ameniza o início de mais uma “crise de confiança” que pode ser gerada nos mercados.
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