Ouro à vista ultrapassa US$ 2.000 com demanda por segurança
O ouro à vista atingiu o recorde de US$ 2.000 a onça em meio à contínua demanda de investidores por refúgio diante dos crescentes riscos econômicos e geopolíticos.
O ouro avança quando a pandemia de coronavírus leva a quantidades sem precedentes de estímulo para fortalecer economias, como taxas mais baixas, que beneficiam o ouro, que não rende juros. A escalada de tensões geopolíticas – como uma grande explosão no principal porto do Líbano na terça-feira – também aumenta a demanda.
“As pessoas querem segurança, e a segurança agora é o ouro, porque os títulos do Tesouro não estão rendendo”, disse Bob Haberkorn, estrategista sênior de mercado da RJO Futures, em entrevista por telefone.
O ouro à vista subiu 1,2%, para US$ 2.000,58 a onça, e era negociado a US$ 1.996,53 às 12h50 em Nova York. O ouro para entrega imediata subiu 11% em julho, o maior ganho mensal desde 2012.
As posições em fundos de índice atrelados ao ouro e à prata subiram para recordes na semana passada devido à incerteza gerada pelo impacto da pandemia, que aumenta a procura por ativos seguros.
Investidores monitoram de perto os esforços em Washington para negociar um novo pacote de alívio de coronavírus, que muitos consideram essencial para sustentar a economia dos EUA. A pressão aumenta, já que o Senado entra em recesso na sexta-feira, quando dados sobre o mercado de trabalho serão divulgados. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse na terça-feira que as conversas sobre o estímulo com a Casa Branca estão finalmente caminhando na direção certa, mas ainda há divergências em algumas questões.
Mesmo com ouro cotado em nível recorde, há várias previsões para mais ganhos. O Goldman Sachs diz que o ouro pode subir para US$ 2.300, pois investidores estão “em busca de uma nova moeda de reserva”, enquanto a RBC Capital Markets vê 40% de probabilidade de um rali para US$ 3.000.