Economia

Otimista demais? BofA revisa projeção de Selic para 11% em 2023, abaixo da média do mercado

21 mar 2023, 16:09 - atualizado em 21 mar 2023, 16:09
Tesouro Direto, selic
A Selic está em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado e deve continuara assim pelos próximos meses. (Imagem: Shutterstock)

Uma boa proposta de arcabouço fiscal será fundamental para a queda na taxa Selic. Pelo menos é isso que avalia o Bank of America (BofA) sobre o futuro da taxa básica de juros.

À véspera da reunião do Comitê do Política Monetária (Copom), o banco revisou as suas projeções da Selic ao final de 2023: as expectativas passaram de 11,75% para 11%.

“Acreditamos que o Banco Central antecipará o ciclo de flexibilização e cortará as taxas a partir de maio, em vez de agosto”, afirma em relatório. Para atingir essa projeção, o banco espera um corte de 0,25 ponto percentual da Selic na próxima reunião da autoridade monetária, seguido por baixas de 0,50 pp nos meses seguintes.

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O BofA ainda projeta que a taxa Selic deve chegar a 9,5% até o final de 2024.

Vale destacar que o banco está otimista. Segundo o Relatório Focus desta semana, a média das projeções do mercado para a taxa de juros são de 12,75% para 2023 e 10% em 2024.

No entanto, o BofA destaca que “a flexibilização antecipada está condicionada aos termos da estrutura fiscal proposta pelo novo governo”.

Na semana passada, o ministro Fernando Haddad apresentou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta do novo arcabouço fiscal. No entanto, Lula pediu para que o ministro da Fazenda ampliasse as conversas com a ala política e os líderes do Congresso antes de divulgar a regra que substituirá o atual teto de gastos.

O plano de Haddad era liberar o arcabouço antes da reunião do Copom nesta semana, mas a necessidade de negociar mais o texto adiou a entrega para depois da viagem de Lula à China, na próxima semana.

Corte da Selic estão fora do radar

A Selic está em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado e deve continuara assim pelos próximos meses – os mais otimistas projetam os primeiros cortes entre maio e junho.

Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, a questão fiscal também é o principal vetor para a trajetória da taxa de juros. “Ela determinará se caminharemos para o nosso cenário base, otimista ou pessimista”, afirma.

Em relação à inflação, as perspectivas não são das melhores. Em relatório, o Itaú aponta que, desde a última reunião do Copom, as expectativas de inflação reportadas pelo Relatório Focus aumentaram de 5,74% para 5,96% para 2023; de 3,90% para 4,02% para 2024; e de 3,50% para 3,80% para 2025.

Além das questões internas, o Banco Central também estará de olho no cenário internacional. O risco de uma crise financeira se espalhar com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e a crise do Credit Suisse promete desacelerar mais rápido os mercados na Europa Estados Unidos.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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