Mercados

Dólar segue exterior e passa a cair a R$ 5,30 após ter disparado mais cedo

19 nov 2020, 12:47 - atualizado em 19 nov 2020, 12:48
Vacina
Os investidores passavam a adotar postura mais cautelosa  até que as vacinas cheguem à população (Imagem: Pixabay)

O dólar passou a cair contra o real por volta do meio-dia desta quinta-feira à medida que o otimismo global sobre o progresso no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19 dava lugar a temores sobre a disseminação global da doença, enquanto a situação fiscal do Brasil continuava no radar.

Às 12:47 (horário de Brasília), o dólar (USDBRL) cedia 1,08%, a 5,3070 reais na venda, depois de ter chegado a tocar 5,3785 reais na venda na máxima do dia.

O principal contrato de dólar futuro caía 0,15%, a 5,3557 reais.

Depois que o anúncio de alta eficácia em várias candidatas a vacina animaram os mercados globais nesta semana, os investidores passavam a adotar postura mais cautelosa, à medida que avaliavam as perspectivas de quando o imunizante estará amplamente disponível para a população.

Além disso, uma série de países anunciou taxas recordes de infecções por Covid-19 e lockdowns mais severos, com os Estados Unidos ultrapassando as 250 mil mortes pela doença.

O distrito escolar da cidade de Nova York, o maior dos EUA, vai interromper o aprendizado presencial a partir desta quinta-feira, na mais recente medida restritiva para conter o avanço das infecções.

“O clima de cautela prevalece nos mercados nesta manhã”, disse o Bradesco em nota. “O avanço dos casos de Covid-19 na Europa e nos EUA pesou sobre os negócios, (…) apesar do recente otimismo com vacinas.”

Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, disse à Reuters que “o mercado está meio morno, sonolento”. No entanto, ressaltou, boa parte das expectativas gira em torno do desenvolvimento das vacinas, que pode ter potencial de pressão para o dólar dentro de um cenário favorável a sua rápida produção e distribuição.

Enquanto isso, no Brasil, a agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito soberano “BB-” para o Brasil, o que Nagem citou como fator positivo.

No entanto, a Fitch tem perspectiva negativa para o país, destacando riscos fiscais, o que voltava a levar a atenção dos investidores à situação das contas públicas brasileiras.

“O cenário da Fitch desenhado para o Brasil (tem) alertas mais do que conhecidos e repetidos à exaustão por analistas brasileiros sobre os riscos da questão fiscal, da busca incessante por uma fonte de financiamento de programas de renda mínima”, escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Um dos principais temores dos operadores é de que o governo fure seu teto de gastos ao tentar conciliar um novo programa de assistência social a um Orçamento apertado para 2021, cenário que tem — aliado às consequências econômicas da crise da Covid e ao patamar extremamente baixo da Selic — fornecido impulso ao dólar em relação ao real.

A divisa norte-americana acumula alta de cerca de 33% contra o real no ano de 2020.

Na véspera, a moeda norte-americana spot registrou variação positiva de 0,07%, a 5,3372 reais na venda.

O Banco Central anunciou para esta quinta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.

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