Internacional

Otimismo desenfreado em Wall Street alcança retardatários

17 dez 2019, 17:16 - atualizado em 17 dez 2019, 17:16
Wall Street
Ações voláteis estão superando ações mais seguras, que oferecem oscilações menores (Imagem: Unsplash/@ricktap)

O otimismo está ressuscitando mercados pelos quatro cantos do mundo, ajudando desde os instrumentos de dívida mais arriscados até ações de empresas americanas dependentes do ciclo econômico.

Um índice de estresse financeiro do Bank of America recuou para patamares só vistos em maio. Ações voláteis estão superando ações mais seguras, que oferecem oscilações menores. Ações mais baratas estão atraentes e há dinheiro novo entrando nos mercados emergentes.

Tudo isso graças a novas apostas no comércio global, à saúde robusta do mercado de trabalho dos EUA e à postura do banco central que é branda e também firme ao tratar da reflação.

Tudo isso faz com que JPMorgan Chase e outros promovam novas operações e o Bank of America projete disparada dos ativos no próximo trimestre.

Em um ano em que os investidores se mostraram dispostos a pagar mais por segurança e as avaliações dos ativos defensivos dispararam, Wall Street trata os ativos retardatários e mais arriscados com empolgação.

“Para os próximos seis meses, é preciso ter uma visão mais positiva”, disse François Savary, diretor de investimentos da Prime Partners.

“O acordo comercial está reforçando a necessidade de reduzir a perspectiva de recessão.” A instituição sediada em Genebra pretende comprar ações de companhias sensíveis a exportações em mercados emergentes e na Alemanha, segundo Savary.

As bolsas nos países em desenvolvimento estão praticamente no menor nível em 16 anos em relação ao mercado dos EUA, ressaltando o potencial para uma rotação de recuperação.

Embora muitos investidores continuem céticos quanto aos detalhes do acordo comercial entre EUA e China e se preocupem com a sustentabilidade da expansão econômica americana, o otimismo predomina.

Isso se nota na diferença entre as ações mais baratas dos EUA e suas contrapartes mais caras, voltadas para crescimento. Há algumas semanas, esse spread atingiu o maior nível desde a bolha das ações de internet.

A estratégia focada em valor compra principalmente ações cíclicas negligenciadas e monta posições vendidas em ações badaladas com forte expansão dos lucros.

A curva de juros ficou mais inclinada ultimamente, sinalizando uma perspectiva econômica mais favorável para empresas mais arriscadas e argumentando contra ações de empresas de rápido crescimento, compradas pelo fluxo de caixa futuro.

“Presumindo que o crescimento global se estabilize conforme antecipamos, a melhora na confiança e a avaliação relativamente baixa dão suporte a fatores de valor”, escreveram estrategistas da Evercore ISI liderados por Dennis Debusschere, em relatório divulgado na segunda-feira.

Entre os 14 fatores rastreados pela Evercore, o valor é o mais barato, enquanto o crescimento é o mais caro, com base nas apostas mais relevantes.

O forte impulso econômico também pode elevar as ações de empresas americanas de baixo valor de mercado, que há apenas três meses caíram para o menor nível em uma década na comparação com as companhias maiores. Assim, parece haver mais justificativa para uma rotação de natureza otimista.

Sondagens industriais dos EUA à Alemanha dão sinais de que o pior já passou. A perspectiva das fábricas de Nova York e uma métrica de sentimento do setor de construção residencial nos EUA fortaleceram o otimismo esta semana. A expectativa para o lucro das empresas menores também vem melhorando.

Estimativas para os lucros nos próximos 12 meses para as componentes dos índices Russell 2000 e S&P 400 Midcap começaram a recuperar nas últimas seis semanas.

Em outro sinal de aumento do apetite por risco, ações instáveis estão se recuperando na comparação com suas contrapartes mais constantes e atingiram o maior nível relativo desde maio.

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