BusinessTimes

Os vilões nos balanços de Goldman Sachs e Bank of America que fazem as ações caírem em NY

18 abr 2023, 14:06 - atualizado em 18 abr 2023, 14:06
Goldman Sachs Bank of America
BofA e Goldman Sachs são dois dos resultados de destaque nesta terça-feira (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

Bank of America (BAC) e Goldman Sachs (GS) contaram histórias diferentes em seus balanços, divulgados hoje mais cedo.

Os números do Bank of America confirmaram o que suspeitavam os analistas antes da temporada: a alta de juros nos EUA se transformou em uma ‘tábua de salvação’ para o lucro dos bancões americanos, que podem agora cobrar mais pelos seus produtos de crédito.

Mas nem mesmo o lucro e a receita acima da expectativa do mercado estão sendo suficientes para levantar as ações do BofA nesta terça-feira (18). Isso, porque investidores permanecem preocupados com a evasão de contas e a maior despesa para manter os depósitos alocados dentro do banco.

Para o caso do Goldman Sachs, ocorre como o que já havia sido antecipado por analistas do setor financeiro: a maior exposição em investimentos torna o Goldman ‘refém’ do pior apetite no mercado de capitais, trazendo piores perspectivas para o banco.

Por volta das 13h45, Bank of America e Goldman Sachs operavam em queda de, respectivamente, 2,00% e 0,45%.

Confira abaixo os principais pontos do balanço corporativo de cada uma das instituições.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

BofA

Alta de juros na carteira de empréstimo apoia lucro: ser um credor com ‘DNA pessoa física’ está se provando um bom negócio para o BofA. A alta de juros impulsionou maior rentabilidade da carteira de crédito do banco, contribuindo para que o banco aumentasse em 15% o lucro na base de comparação anual. O saldo foi de US$ 8,2 bilhões.

Está mais caro para manter depósitos: A receita líquida de juros do Bank of America, que é o que o banco ganhos com empréstimos e paga em depósitos, não cresceu na comparação trimestral, permanecendo na faixa dos US$ 233 milhões.

Fortalecimento diante de crise de bancos regionais não foi suficiente para reduzir megatendência de queda de depósitos: Mesmo que tenha recebido boa parte dos depósitos que saíram dos bancos regionais, a tendência não foi suficiente para reverter uma queda de US$ 20 bilhões em depósitos na comparação trimestral e US$ 162 bilhões na comparação anual.

Embora não estejam sujeitos aos mesmos riscos de liquidez que os bancos regionais, grandes instituições, como o Bank of America, estão pressionadas por fundos financeiros dispostos a pagar maiores retornos aos clientes, contribuindo para uma evasão de contas.

Goldman Sachs

Perda de US$ 470 milhões em carteira de crédito: uma outra consequência dos juros mais altos foram as perdas na carteira ‘Marcus’, focada em empréstimos para o consumidor. O recuo neste produto pesou para o rebaixamento da receita do banco, que acabou vindo abaixo da expectativa do mercado.

Alta de juros quebra apetite de empresas no mercado de capitais: Reduzindo o lucro de US$ 3,83 bilhões no primeiro trimestre de 2022 para US$ 3,10 bilhões ao fim de março deste ano, o Goldman Sachs decepcionou os investidores.

A ‘especialização’ do Goldman como banco de investimentos cobrou seu preço, à medida que menos clientes foram procurar o credor para estruturar suas operações no mercado de capitais. Reflexo disso foi uma queda de quase 28% das taxas de consultoria cobradas pelo banco na área.

Queda de depósitos: A crise bancária deflagrada em março foi um dos motivos que contribuíram para a queda do lucro do Goldman Sachs. De acordo com os resultados, houve uma redução de 3% no volume depositado dentro do credor. Essa quantidade equivale a um aumento de fluxos de saque da ordem de US$ 11.6 bilhões durante os três primeiros meses do ano.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.