Os prós e (muitos) contras da federalização de Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) para os acionistas, segundo 2 analistas
Uma eventual federalização da Copasa (CSMG3) e da Cemig (CMIG4) só tem a penalizar os acionistas, avaliam analistas do mercado.
Na quarta-feira (23), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, apoiou a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de passar as companhias para o governo. O mercado esperava que o político fosse contrário, já que a privatização era uma de suas principais promessas.
Segundo o sócio da Nexgen Capital, Pedro Wilson, o processo faz com que o mercado precifique apenas pontos negativos para ambas as companhias, o que deve derrubar ainda mais as ações.
“Para o acionista, não é enxergado nenhum ponto positivo”, afirmou ao ressaltar que Copasa e Cemig passariam a ter interesses focados na divida pública, e não mais na geração de retorno.
Para analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, a maior preocupação gira em torno de interferências políticas. “O mercado dá uma pausa na expectativa de melhora com a possibilidade de um governo mais populista voltar a tomar conta dessas empresas”, disse no Giro do Mercado.
Federalização de Copasa e Cemig é um passo para trás
Nos últimos anos, Copasa e Cemig apresentaram evoluções operacionais “bastante interessante”, disse o analista da Empiricus. Isso devido à uma agenda de maior eficiência, venda de ativos que não faziam sentido e melhor alocação de capital.
- Federalização da Copasa e Cemig: Qual o impacto da mudança para as empresas? Saiba o que fazer com as ações no Giro do Mercado desta quinta-feira (23), é só clicar aqui:
No entanto, as ineficiências voltam ao radar dos investidores com uma eventual federalização. Entre elas, Hungria cita uma mudança na gestão e um perfil de alocação de capital menos eficiente.
Ele ainda ressalta que a federalização afasta completamente a perspectiva de privatização das companhias.
Apesar do pessimismo, os acionistas da Nexgen e da Empiricus ressaltam que é importante entender pontos chaves para o processo de federalização:
- se a federalização vai andar para frente;
- se seguir, como o processo vai ser executado; e
- depois de feito, como vai ser a gestão das companhias.
Hungria, da Empiricus, não indica aproveitar as quedas das ações para se posicionar em Copasa e Cemig. Isso porque há muito coisa indefinida e que pode piorar, o que deve atrapalhar os papéis.