Os princípios para uma trajetória de sucesso no mundo dos investimentos, segundo Bettina Rudolph
Esqueça os filmes que retratam investidores de Wall Street com uma vida tão emocionante e cheia de adrenalina, quanto a de pilotos de Fórmula 1 pisando fundo, rumo à bandeirada final. O primeiro passo para investir bem é saber que, no mundo real, as coisas acontecem num ritmo bem diferente.
“Investir não é emocionante… é chato pra caramba. Se você estiver vivendo fortes emoções com investimentos, você está fazendo isso errado…”, afirma, sem rodeios, Bettina Rudolph, da Empiricus Research. “Ou você está exposto demais, ou está focando muito no curto prazo, ou está arriscando muito, ou tudo isso junto”, acrescenta.
Para Bettina, a vontade de enriquecer instantaneamente é o primeiro passo para colocar todo o seu patrimônio em risco. Um investidor afoito comete erros em série. Primeiro, menospreza a importância de estudar bem os princípios, os fundamentos dos investimentos. Isso leva a pessoa a buscar fórmulas mágicas, que prometem ganhos imediatos – e, então, é presa fácil de gerentes de bancos e agentes autônomos conflitados.
“Quando a pessoa passa pelos princípios, ela pode cometer qualquer erro financeiro pelo resto da vida, que não vai se machucar financeiramente”, explica Bettina. Mas, mesmo quem busca uma formação mais sólida encontra problemas, quando estuda por conta própria. O conteúdo oferecido na internet é imenso, e o iniciante tem dificuldades de distinguir o básico do avançado, ou a ordem em que deve estudar cada tópico.
Pensando nisso, Bettina criou o Jornada Milionária, curso lançado pela Empiricus com mais de 32 mil alunos e que está abrindo a sua quarta turma segunda-feira (23). Seu objetivo é apresentar, de modo didático, linear e descontraído, todos os fundamentos para uma trajetória de investimentos bem-sucedida.
Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista ao Money Times.
Money Times – Quais são os erros mais comuns de quem está começando a investir?
Bettina Rudolph – Os erros são muitos e o que mais me dá sede de promover o Jornada é que eles são fáceis de solução. As pessoas pensam que, para começar a investir, precisam estudar muito e, quanto mais souberem de investimentos, mais retorno terão em suas carteiras. Essa é uma grande falácia. Pra mim, o mais importante de tudo são os princípios, é a base, assim como o alicerce de uma casa. E é sobre princípios, o primeiro módulo do Jornada. Falamos de pensamento a longo prazo, diversificação, alocação de patrimônio, conflitos de interesse inerentes à indústria financeira, convexidade, assimetria, Barbell Strategy… Quando a pessoa passa pelos princípios, ela pode cometer qualquer erro financeiro pelo resto da vida, que não vai se machucar financeiramente. Se ela escolher uma ação errada, tá tudo bem, porque ela vai ter uma carteira diversificada entre várias classes de ativos e diversas ações. Se vier uma nova pandemia, ela não vai perder tanto dinheiro como a maioria das pessoas, porque na carteira dela terão seguros, ativos que se relacionam negativamente. Então, resumindo, o maior erro das pessoas é: dar importância às coisas erradas, fazer as perguntas erradas.
MT – Muitos investidores são impacientes e querem enriquecer muito rápido. O que você diria a eles?
BR – A educação financeira do brasileiro é péssima, e essa pressa, ansiedade, só atrapalha ainda mais… As pessoas passam uma vida sem investir, aí quando descobrem a “brincadeira”, querem enriquecer da noite pro dia. O problema é que esse foco no curto prazo é muito perigoso, porque, nele, os investimentos andam de forma completamente aleatória, como um caminhar de um bêbado. No longo prazo (que é mais de um ano, e não 30 anos como muitos pensam), os preços dos ativos tendem a acompanhar o lucro deles. Então, você pode comprar uma ação do Itaú hoje e o Trump tuitar uma besteira no fim do dia. Amanhã, essa ação provavelmente vai cair, acompanhando o mercado como um todo. Mas o tweet do Trump é mesmo capaz de diminuir o lucro do Itaú no longo prazo? Não. Então, não tem com o que se preocupar nesse curto prazo. Agora, se você colocasse, na ação do Itaú, o dinheiro que vai precisar amanhã, isso seria um grande problema.
MT – Por outro lado, muitos dizem que não vale a pena investir, pois afirmam que ganham tão pouco, que o dinheiro não renderia nada. O que você diria a essas pessoas? É possível se tornar um investidor, mesmo ganhando pouco?
BR – De algum lugar, todo mundo tem que partir. Não importa se fulano começou com R$ 100 mil… se ciclano herdou uma herança bilionária. Você tem que focar na sua vida, pra sua vida ser melhor lá na frente. O problema é que as pessoas têm um pensamento tão curto prazista, que elas nem param pra fazer conta e conhecer o poder dos juros compostos. Começando hoje com R$ 100, aportando todo mês mais R$ 100, numa taxa de juros de 5% (algo que se consegue tranquilamente com uma carteira diversificada), em 20 anos, sem esforço algum, a pessoa teria juntado R$ 40 mil, mais ou menos. Pensa se todos os pais fizessem algo parecido quando seus filhos viessem ao mundo. Se você começasse hoje com R$ 1 mil e colocasse mais mil todo mês, seriam quase meio milhão de reais em 20 anos.
MT – Qual é a importância da paciência, perseverança e resiliência para o sucesso nos investimentos?
BR – Investir não é emocionante… é chato pra caramba. Se você estiver vivendo fortes emoções com investimentos, você está fazendo isso errado… ou você está exposto demais, ou está focando muito no curto prazo, ou está arriscando muito, ou tudo isso junto. Eu lembro que, quando comecei a investir, entrava no site da corretora todo dia e ficava atualizando pra ver meu dinheiro subindo e descendo. Hoje, se eu entro uma vez por semana, é muito. É preciso paciência e disciplina, e essas coisas talvez sejam as mais difíceis de se ter na vida. Por isso que tão poucos chegam “lá”.
MT – Quais são as dificuldades de quem estuda sozinho para se tornar um bom investidor? É melhor ter uma orientação de especialistas?
BR – Eu sempre digo que a internet é maravilhosa e as redes sociais democratizaram muito o acesso a bons investimentos. Admiro e respeito todos os especialistas financeiros, influencers de finanças, youtubers, mesmo não concordando com a opinião de muitos deles. Há muito conteúdo gratuito na internet. Mesmo assim, há um grande problema, na minha visão: você não encontra uma ordem lógica de conteúdo, pois a internet é uma grande espiral. Você pode decidir começar a estudar investimentos hoje e cair num vídeo que explica algo superavançado e complexo. O Jornada é a ordem certa. É o passo por passo do mais básico ao mais sofisticado. Tudo numa linguagem simples, de bar, com acompanhamento semanal através dos plantões de dúvidas. Eu vendo organização, todo o conteúdo de forma simples e na ordem lógica.
MT – Neste sentido, quais são os perigos de seguir influenciadores digitais que oferecem fórmulas fáceis para ganhar dinheiro?
BR – O perigo é enorme e a história é sempre a mesma: a pessoa se traumatiza e nunca mais quer saber de investir na vida. E, novamente: tudo poderia ser evitado, se respeitados os devidos princípios. Inclusive, eu sonho com o dia em que os influenciadores vão focar mais nos princípios e menos em fórmulas prontas. Não consigo ver post do tipo “escolha seu fundo imobiliário em 3 passos”. Temos uma equipe de 40 especialistas financeiros aqui na Empiricus, que somam centenas de anos de experiência no mercado e que respiram o mercado, vivem o mercado. Viajam pra conversar com os CEOs das companhias olho no olho, trocam figurinha com todo o mercado, se reúnem internamente pra fazer contas, debater, estudar ainda mais… Precisamos respeitar o trabalho desses caras, não dá pra resumir uma escolha de um ativo em 3 passos.
MT – Considerando-se tudo isso, quais são os diferenciais do curso Jornada Milionária? Que lacunas ele preenche?
BR – Em primeiro lugar, ele te faz começar da maneira certa. Vou repetir: se você respeitar os princípios, você não precisa de muita coisa mais. Mesmo. Você não precisa saber escolher uma ação, calcular valuation, escolher um fundo de investimentos. Mas os princípios são a forma como você vai cuidar do seu dinheiro e isso não dá pra terceirizar. Além disso, o Jornada traz, a cada módulo, o especialista em cada assunto: o especialista em renda fixa, o de ações, o de fundos, o de alocação, o de fundos imobiliários. É um conteúdo muito rico, numa linguagem simples. Sempre brinco que é como um papo de bar entre amigos.
MT – Qualquer pessoa pode fazê-lo, ou é preciso algum conhecimento prévio de finanças?
BR – Para fazer parte é preciso ser alfabetizado e ter acesso à internet (risos). Só. Ele é feito pra quem sabe absolutamente zero de finanças. É pra quem tem 80 ou 15 anos… É pra quem tem R$ 10 milhões ou R$ 100. E mesmo pra quem não vai começar a investir agora, também é válido pelo conhecimento. Você não entra numa faculdade de administração só se você já tem uma empresa. O mesmo vale para o Jornada.
MT – Algumas pessoas dizem que não têm tempo para estudar. Qual é a carga horária do curso? Quanto tempo alguém precisará dedicar ao curso?
BR – São 7 semanas, um encontro por semana de mais ou menos 1 hora. Mais o plantão de dúvidas de mais ou menos uma hora, também. Cada encontro semanal é separado em diversas pequenas aulas, de 10 a 15 minutos. Assim as pessoas podem ir assistindo de pouquinho em pouquinho, sem precisar reservar uma hora no dia e fazer a aula inteira de uma vez. Além disso, o curso é vitalício. Então, a pessoa não precisa seguir a dinâmica semanal durante as 7 semanas, ela pode comprar hoje pra fazer ano que vem. Mas claro, quanto antes começarmos, mais cedo o dinheiro começará a trabalhar por você.
MT – Quais serão os principais tópicos da Jornada Milionária?
BR – Posso dizer que são 3 grandes fases: a primeira é a introdução, onde falamos sobre finanças pessoais, mentalidade e os princípios. Depois, os 5 seguintes módulos são de investimentos, em que, cada módulo será sobre uma classe de ativos diferente. Renda fixa, Ações, Fundos de Investimentos, Fundos Imobiliários e proteções. Por último, no sétimo módulo, recebo o Felipe Miranda pra formarmos as carteiras de fato. Serão 12 carteiras, de acordo com o tamanho de patrimônio e 3 níveis de risco, o mais conservador, o moderado e o arrojado. Se a pessoa tem R$ 3 mil pra começar e é mais arrojada, ela terá a carteira dela. Se a pessoa tem R$ 1 milhão e é superconservadora, também terá a carteira dela. Vale mencionar também: temos um combinado de lucros no Jornada. Se essa carteira montada por nós não der lucro pro aluno em até 12 meses, nós devolvemos o valor da assinatura do programa, integralmente, pois gostamos de ter nossa própria pele em jogo.