AgroTimes

Os novos elementos do mercado de milho e a certeza para supersafra de soja

26 jan 2025, 13:00 - atualizado em 26 jan 2025, 12:57
Soja milho (5)
(iStock.com/JJ Gouin)

O mercado de commodities, em especial de soja milho conviveram com preços pressionados ao longo do ano passado, pressionando as margens do produtor rural.

No que tange o milho, novos fatores fizeram com que os preços subissem nas últimas semanas. De acordo com Raphael Bulascoschi, analista da StoneX, a demanda segue firme nos EUA, dando suporte aos preços em Chicago (CBOT).

O novo fator que surpreendeu os agentes ficou por conta do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de janeiro, que revisou para baixo a produção do país de 384 milhões para 377 milhões de toneladas, principal produtor do grão no mundo. 

  • SAIBA MAIS: O Seu Dinheiro, em parceria com o Money Times, liberou um e-book gratuito com os melhores momentos do evento “Onde Investir em 2025”; veja como liberar o seu acesso

“A redução na oferta impactou significativamente os preços, com o milho passando de US$ 3,7 por bushel em agosto para cerca de US$ 4,9 por bushel, uma queda expressiva que pressiona os estoques finais”, diz.

O foco para safrinha, os impactos com Trump e o efeito dólar

Agora, o foco do mercado se volta para a safrinha (2ª safra) do Brasil, já que os últimos atrasos da colheita de soja no Mato Grosso geram preocupações sobre o plantio do milho dentro da janela ideal, embora o mercado ainda não esteja reagindo de forma drástica quanto a essas preocupações. 

Outra variável que lança dúvidas no mercado fica por conta do governo dos EUA sob a gestão de Donald Trump, com preocupações sobre a aplicações de tarifas agressivas sobre a China, o que não se confirmou e ajudou a melhorar o ambiente econômico.

“Em vez disso, ele focou em tarifas contra o Canadá e o México. A China foi poupada neste primeiro momento e o mercado reagiu bem, tanto que o dólar enfraqueceu e as commodities como milho, soja e trigo se valorizaram. A expectativa é que a postura cautelosa do governo dos EUA, quanto a uma guerra comercial, beneficiando as commodities americanas”, vê.

E a soja?

As expectativas para a oleaginosa seguem apontando para uma safra recorde, apesar da falta de chuvas no Rio Grande do Sul e no sul do Mato Grosso do Sul.

Apesar dessas dificuldades, a maioria dos estados brasileiros conta com boas perspectivas para a produção, principalmente no Centro-Oeste, Sudeste e algumas regiões do Sul, como o Paraná.

“Claro que precisamos acompanhar como será a colheita, já que chuvas expressivas podem prejudicar a qualidade, mas a verdade é que as lavouras se desenvolvem bem. A tendência é de uma safra acima de 170 milhões de toneladas, quem sabe até 172-173 milhões de toneladas, e isso vai depender da colheita no RS e MS, já que podemos ver perdas de produtividade, mas longe de ser uma catástrofe em termos produtivos”, explica Luiz Fernando Gutierrez, coordenador de inteligência de mercado na Hedgepoint Global Markets.

Quanto aos preços, Gutierrez explica que a tendência é que os preços no Brasil sintam a pressão da entrada da safra, principalmente em fevereiro, quando a colheita ganha força no Centro-Oeste e Sudeste.

“Os prêmios de exportação já estão cedendo, devem ceder bastante, mas claro que não depende apenas disso. Sabemos que a formação dos valores leva em conta dólar e Chicago, que nos últimos dias tem ajudado, dando um suporte aos preços. De qualquer forma, projetamos que a entrada da safra pese mais nos prêmios e traga ajustes negativos, mas se Chicago seguir subindo, isso pode compensar a queda dos prêmios e trazer um ambiente menos negativo”.

O analista também reforça que uma nova guerra comercial de Trump pode voltar a pressionar Chicago, o que em um segundo momento pode trazer força para os prêmios brasileiros.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Linkedin
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar