Comprar ou vender?

Os maiores acionistas da Oi estão vendendo suas ações

17 fev 2020, 13:35 - atualizado em 17 fev 2020, 15:16
Oi OIBR3
Os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi do BTG ressaltam que os motivos para as vendas são diferentes entre os acionistas (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

A Oi (OIBR3) não tem controlador, com 100% do capital no mercado, mas possui quatro grandes acionistas que, em conjunto, possuem 31,5%. Três deles, alerta o BTG Pactual, estão vendendo as suas posições e podem ser os responsáveis pela queda dos papéis da tele brasileira em janeiro.

Os grandes acionistas são: Goldentree (9,8%), Brookfield (9,2%), Solus (6,4%) e York (6,1%). Eles são ex-detentores de títulos de dívidas da Oi e que trocaram estes por ações após um acordo firmado na recuperação judicial. Alguns também ampliaram as suas fatias com a compra dos papéis na Bolsa.

Acionistas nov/18 fev/19 mai/19 ago/19 nov/19 fev/20
Solus 7,9% 3,5% 7,5% 7,4% 7,4% 6,4%
York 7,6% 5,7% 11,4% 11,5% 10,1% 6,1%
Brookfield 5,4% 5,8% 6,8% 9,2% 9,2% 9,2%
Goldentree 11,4% 15,0% 14,7% 12,8% 12,8% 9,8%

Os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi do BTG ressaltam que os motivos para as vendas são diferentes entre os acionistas.

O movimento da Goldentree, por exemplo, pode ter sido estratégico. A gestora reduziu a sua participação de 12,8% para 9,8%, possivelmente, para poder opinar sobre o rumo da empresa nas assembleias de credores. Isso porque a Lei de Falências do Brasil não permite que acionistas com mais de 10% do total votem.

Já a York pode ter outras razões para derrubar sua participação de 9,5% em novembro de 2019 para 6,1% em fevereiro.

“No final de dezembro, a York enviou uma carta aos clientes anunciando planos de fechar seu fundo de oportunidades de crédito de US$ 2 bilhões. Embora não haja evidências concretas, é razoável supor que esta decisão e a redução de sua participação na Oi estejam relacionadas”, explicam os acionistas.

A Solus cortou a sua participação de 7,4% em novembro para 6,4%, de acordo com a última atualização.

Já a Brookfield tem elevado a sua fatia. A gestora aumentou de 5,4% em novembro de 2018 para 9,2% em agosto e tem a mantido neste nível, segundo o último comunicado de novembro.