Veja os fundos imobiliários que mais decepcionaram em 2024
Ainda que o ano de 2024 tenha começado com um ambiente macro favorável e marcado por uma onda de captações significativas para o setor imobiliário, o cenário começou a mudar no segundo semestre.
As discussões envolvendo a reforma tributária e as incertezas provocadas pela política fiscal do governo Lula levou o Ifix, índice de fundos imobiliários da B3, acumule queda de quase 12% em 2024.
Entre os setores mais afetados no ano os chamados fundos de tijolos, que têm como principal base de ativos imóveis comerciais, em especial shoppings e escritórios.
Segundo o analista Caio Araújo, da Empiricus Research, em uma perspectiva geral, estas duas categorias de imóveis tiveram desempenho operacional positivo em 2024, com bons níveis de vendas e aluguéis crescentes.
No entanto, o ambiente macro atrapalhou a performance do mercado imobiliário em geral, especialmente após o aumento das taxas de juros de longo prazo.
‘’Quando você olha para o portfólio dos fundos imobiliários, o ano não foi ruim. Porém, a queda do Ifix mostra que este é um ano perdedor para a categoria’’, disse o analista.
Os fundos imobiliários que mais caíram no ano
Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11)
Araújo aponta um incidente de engenharia em um de imóveis que fazem parte do portfólio do fundo, que ficou interditado com impactos sobre a receita.
O analista pondera que a carteira do TRBL11 é mais concentrada que a de outros fundos logísticos, o que o torna mais vulnerável, especialmente em razão das flutuações da curva de juros.
Rec Renda Imobiliária (RECT11) e Vinci Offices (VINO11)
Araújo explica que ambos estão posicionados em lajes corporativas, segmento que enfrenta desafios com níveis de ocupação mais baixo e a lenta recuperação pós-pandemia. A alavancagem, ou seja, o endividamento feito para adquirir ativos, contribuiu para aumentar a volatilidade dos fundos, tornando-os mais sensíveis.
E o próximo ano?
Com o aumento dos juros, e a perspectiva de que a taxa Selic chegue a 14,25% ao ano em março, há uma tendência de maior demanda por renda fixa, com maior aversão a ativos de riscos e fundos imobiliários.
Na quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, que saiu de 11,25% para 12,25% ao ano. O BC ainda antecipou mais duas altas da taxa básica na mesma proporção nas duas próximas reuniões do Copom.
Para Araújo, diante da incerteza fiscal e os riscos em torno da taxa básica de juros, o primeiro semestre de 2025 tende a apresentar volatilidade.
No entanto, o analista pontua que ao olhar para as cotações atuais dos fundos imobiliários, é possível ver preços bem descontados, tornando o momento bom para compra para aqueles que estão com horizonte de investimento de médio a longo prazo.