‘Os fundamentos vão falar mais alto que a especulação’, diz Haddad na XP Expert
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez questão de vender o ‘seu peixe’ em fala para investidores na XP Expert, o maior evento de investimentos do Brasil. Durante a conferência, Haddad relembrou as conquistas do governo e ressaltou os dados acima das expectativas, como o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
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“A Fazenda nunca saiu de uma política de fazer uma revisão, de atingir o equilíbrio das contas. Nunca ninguém endereçou isso como a gente está fazendo. Hora que esse país entregar em linha, vai ser muito difícil segurar a economia brasileira”.
Quando questionado porque, então, parte do mercado ainda possui desconfianças com o fiscal do Governo, Haddad fez um meia culpa com a comunicação. “Às vezes peca, por detalhe. Coisas que poderiam superar com certa facilidade”.
Citou também a transição do Banco Central. “Queira ou não, esse é o primeiro governo que está passando por duas transições. A do Paulo Guedes para mim e a do Roberto Campos para Gabriel Galípolo. Com dois anos de intervalo e com o BC autônomo”.
Para tentar diminuir o ruído, o governo tratou de adiantar a indicação de Galípolo. Haddad anunciou o nome na última quarta-feira (28), no que foi bem recebido pelo mercado.
Ainda segundo o ministro, existe bastante incerteza sobre as medidas fiscais por parte dos investidores, o que, segundo ele, é até natural.
“Mas estou bastante tranquilo que essas coisas vão convergir e os fundamentos vão falar mais alto que a especulação, ou a incerteza que ainda paira no horizonte. Vamos terminar o ano bem, com a bolsa subindo e PIB reajustado para cima, com baixo desemprego e inflação dentro da meta”, completa.
Críticas a Campos Neto passaram da conta?
Haddad também foi questionado se as críticas do presidente Lula a Roberto Campos Neto provocaram ruídos desnecessários. Nesta sexta-feira, o petista voltou a falar sobre atual presidente do Banco Central.
“[Campos Neto] está atuando mais como um político do que como um economista. Ele oferece muitas reuniões políticas, o que não deveria acontecer. A taxa de juros no Brasil atualmente não tem justificativa”, disse em entrevista à Rádio MaisPB.
Mas para o ministro, existe um certo tabu de que a política monetária é imune de críticas.
“Você falar de política de juros, é meio normal no mundo. As pessoas falam, Joe Biden e Donald Trump falaram”, colocou. Haddad disse ainda que possui o emprego bem mais difícil que o do presidente do BC.
“Eu quase me indiquei para o BC para facilitar o meu trabalho. Aguentar um pouco de crítica faz parte. É natural e deveria ser visto assim. É o preço que você paga. Do mesmo jeito quando você recebe elogio. O importante é o resultado que você entrega”, afirma.