Os dois bancos que fizeram Gerdau (GGBR4) derreter quase 8% nesta quinta
As ações da Gerdau (GGBR4) derreteram 7,93% nesta quinta-feira (9) e levaram junto os papéis da sua holding controladora Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que caíram 7,8% no pregão.
O setor de mineração e siderurgia operou em baixa, apesar da recuperação nos preços do minério de ferro na China, com o sentimento dos mercados em relação à economia chinesa melhorando antes da divulgação de dados importantes de empréstimos no país.
Gerdau foi o destaque negativo do Ibovespa hoje. Dois bancos gringos estão por trás do movimento: JPMorgan e Goldman Sachs.
Ambas as instituições rebaixaram a recomendação da empresa siderúrgica para “neutro”, após o rali das ações, que aproveitaram a recuperação robusta e rápida do minério de ferro nos últimos meses.
Segundo o JPMorgan, após aproveitar um ambiente propício para fortes resultados nos anos passados, a Gerdau deve entrar em uma fase de normalização em 2023.
Além disso, acrescenta o banco, a valorização recente deixa um potencial de alta limitado para as ações, atualmente negociadas a 4-4,8 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2023/24, ante níveis justos de 4,5-5 vezes.
“Acreditamos que existe um upside limitado para os preços atuais e, conforme o momento dos resultados piora, os preços da ação devem acompanhar”, avaliam Rodolfo Angele e Lucas Yang, que assinam o relatório enviado a clientes nesta quinta.
Ainda, Angele e Yang desenham um cenário de maior pressão no fluxo de caixa para a Gerdau, considerando um aumento de capex (investimentos) por conta da potencial reforma da usina de Ouro Branco.
Além de rebaixar Gerdau, o JPMorgan cortou a recomendação da Metalúrgica Gerdau também para “neutro”. Os preços-alvo para o fim de 2023 são de R$ 32,50 (GGBR4) e R$ 13 (GOAU4).
A visão de Goldman Sachs
Para o Goldman Sachs, a questão que mais preocupa é o retorno de caixa aos acionistas, que deve ser limitado pela combinação de uma rentabilidade menor nos mercados core da Gerdau (Estados Unidos e Brasil) com o aumento do capex.
Como o JPMorgan, o Goldman Sachs acredita que existe pouco potencial de valorização dos papéis após a alta recente.
“Ainda reconhecemos os interessantes gatilhos de valor no longo prazo (diversificação geográfica, qualidade do ativo e forte posição de balanço patrimonial), mas vemos potencial de upside limitado daqui para frente”, afirmam os analistas Marcio Farid, Gabriel Simoes e Henrique Marques, em relatório desta quarta (8).
Na avaliação do Goldman Sachs, a relação risco-retorno parece mais balanceada.
Além de rebaixar a recomendação, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo de R$ 38 para R$ 31, refletindo expectativa de maior capex e tendência de desaceleração para as margens na América do Norte.