Os destaques da Tecnoshow Comigo 2025, principal feira de tecnologia do Centro-Oeste

A 22ª edição da Tecnoshow Comigo, principal evento de tecnologia do Centro-Oeste, que ocorreu entre os dias 7 e 11 de abril e movimentou mais de R$ 10 bilhões em negócios. A feira contou com diferentes destaques que abordados aqui no Agro Times.
Na abertura do evento, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que já se coloca como pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, disse que o foco do estado para o agronegócio fica para investimentos em rodovias.
A economista do Bradesco BBI, Priscila Trigo, ressaltou que câmbio, juros e guerra comercial são alguns dos fatores que tornam 2025 desafiador para o produtor rural.
“Se a China e os EUA chegarem a um acordo entre eles e a China retomar a compra de soja americana daqui a 3 ou 4 meses vamos ver muita volatilidade em câmbio e preço”.
O crédito, em meios aos juros altos do Brasil. foi um tema bastante abordado no evento, e as cooperativas de crédito Sicoob e Sicredi reforçaram bastante suas apostas nos consórcios.
O diretor de agronegócio do Bradesco (BBDC4), Roberto França, reforçou que a inadimplência do banco ainda está alta, mas disse que a tendência é de acomodação. “Ainda temos um índice de atrasos no crédito rural que está acima da média histórica”.
Quanto ao mercado de commodities, o engenheiro agrônomo e analista econômico do Sicredi, Filipe Kalikoski, reforçou que o Brasil conta com as melhores cartas do baralho para soja em meio a guerra comercial China-EUA e projetou uma melhor perspectiva de preços para oleaginosa na safra.
“Historicamente, a entressafra é melhor que pico de safra em termos de preços, mas esse ano em específico eu vejo com muito bons olhos. Por quê? Porque o Brasil já teve uma quebra na safra do Sul, a Argentina quebrou também, e a China precisa comprar essa soja e não vai conseguir da americana se o Trump manter as tarifas”.
O economista e pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino, enxerga espaço para a arroba do boi atingir R$ 400, mas ressaltou que isso dependerá de fatores como dólar, inflação, consumo doméstico, mercado externo e abertura de novos mercados. Ele acredita que o “Brasil vai parar em 2027” por problemas fiscais. “Se o boi chegar em R$ 380, com certeza vamos ver negócios em R$ 400, isso por conta de prêmios e garantia de escala”.
E nós conversamos com produtores de Goiás durante a Tecnoshow Comigo, assim como a Aprosoja do estado, sobre os fatores que afetaram o ciclo 2024/2025 e o que preocupa para 2025/2026. Os receios ficaram voltados para os custos e juros elevados, junto dos menores preços de grãos e a reforma tributária.