Os bancos que podem pagar a conta de R$ 20 bi da Americanas (AMER3)
Os bancos credores da Americanas (AMER3) podem ser os responsáveis por pagar rombo contábil de R$ 20 bilhões da varejista, conforme calculou o Bradesco BBI no pior cenário para o caso.
Segundo Gustavo Schroden e equipe de analistas do BBI que assinam o relatório, o risco para os bancos estaria relacionado ao forfait, ou risco sacado, que envolve as negociações de crédito com os bancos para pagar os fornecedores da varejista.
Sérgio Rial, ex-CEO da Americanas, afirmou em vídeo que na sua avaliação o risco sacado não era lançado como dívida na folha da companhia.
Nesse sentido, os analistas calculam que os principais riscos para os bancos estão ligados a essas operações forfait e não às tradicionais linhas de empréstimos e financiamentos, “pois eles são os credores dessas operações enquanto a AMER3 é a devedora”.
Impacto nos bancos
O BBI ressaltou que ainda há pouca visibilidade sobre como os credores seriam impactados em termos práticos pelo rombo da Americanas, mas o pior cenário seria os bancos tendo que dar baixa em R$ 20 bilhões.
Assim, a partir da exposição de cada banco brasileiro ao setor de varejo, os analistas calcularam que o Santander (SANB11) e o BTG Pactual (BPAC11) seriam os que pagariam a maior parcela do rombo.
O segmento da Americanas representa cerca de 7% da carteira de crédito de cada um, o Itaú (ITUB4) e o Banco ABC (ABCB4) tem cerca de 3% do portfólio de crédito ligado ao varejo, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) tem aproximadamente 2%.
O Inter Research fez o mesmo cálculo do pior cenário, no qual os bancos seriam os responsáveis por cobrir a inconsistência contábil.
Matheus Amaral, analista da corretora, realizou um teste de stress em que considerou uma baixa de toda a carteira dos bancos [que o Inter cobre] exposta ao setor de varejo e uma baixa total limitada de R$ 20 bilhões para cada um, a fim de resultar hipoteticamente o limite de uma redução de equity em cada um.
Os bancos de maior exposição ao setor de varejo seriam o Santander e Bradesco (BBDC4), considerando a cobertura do Inter.
A partir das métricas utilizada pelo analista, a participação do varejo na carteira do Bradesco é de 5,9%, enquanto o segmento representa 12,4% do portfólio do Santander.