Os 5 sentidos e a seleção de imóveis

Por Marcio Fenelon, Co-Fundador Quaest Europa e colaborador do Urbe.me

O apartamento de tijolinhos à vista agradou imediatamente. Bom tamanho, três quartos, sala grande, perto do trabalho, dois restaurantes, supermercado e até de uma padaria. A rua era tranquila, terciária, sem muito movimento, com exceção da hora da entrada e saída da escola, que pela proximidade era também um ponto forte.

Fechado! Assina contrato e financiamento. Mudança rápida. Mas caramba, bate sol na sala, hein?! No escritório e no quarto principal também. Precisa de protetor solar para tomar um banho!

Um ano depois estávamos desesperados com tanto sol. Era sempre depois do almoço até o final do dia, o que tornava tudo mais complicado para dormir. A solução foi rasgar três paredes e instalar o ar-condicionado.

Eu tive sorte porque, mesmo com grande custo, consegui resolver o problema. Nem sempre é assim quando não prestamos atenção aos nossos cinco sentidos na seleção de imóveis. As soluções geralmente são caras ou mesmo impossíveis.

De um modo intuitivo, o consumidor também sabe disso, portanto o investimento através do Urbe.me terá maior probabilidade de valorização se os imóveis forem concebidos prestando atenção aos cinco sentidos dos futuros moradores.

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A audição é o sentido mais sensível. A solução é sempre cara e difícil. São novas janelas e portas supressoras de ruído e ambientes climatizados. Os focos óbvios de barulho são bares, casas noturnas, feiras, estádios, escolas, fábricas, rodovias, avenidas e ferrovias. A rua pode ser muita calma nos fins de semana, porém, muito movimentada nos períodos de pico de trânsito, no começo e no fim do dia. O barulho de buzinas de motoboys logo cedo pode ser enlouquecedor.

O segundo sentido é o tato. O meu exemplo mostra a importância da exposição solar. Imóveis com face norte são mais valorizados na parte sul e sudeste do país, enquanto o pessoal do norte e nordeste prefere imóveis com face sul.

Imóveis que tem exposição ao leste recebem o sol da manhã e tendem a ser mais frescos à tarde em comparação aos imóveis com exposição ao lado oeste, que são expostos ao sol no período da tarde.

Existem vários aplicativos de celular que mostram a posição do sol de acordo, além de mostrar a posição projetada durante as horas do dia. Procure apps com a palavra-chave “posição do sol”.

O terceiro sentido é a visão. Os carros mais modernos transmitem a sensação de velocidade, mesmo quando estão parados. Outra solução de design muito comum é a inspiração em clássicos, com linhas mais quadradas, por exemplo.

Imóveis agradáveis aos olhos podem transmitir a sensação de sofisticação, através de linha simples, transparência e materiais com alta reflexão ou mesmo passar uma ideia de tradição clássica, imitando a arquitetura europeia, por exemplo.

Na parte interna também existem várias formas de agradar visualmente, como por exemplo com a utilização de materiais que transmitam a ideia de durabilidade (pisos de madeira e bancadas de pedra, por exemplo) ou utilizando técnicas de pontos focais da decoração com itens mais caros, como um lustre caro, que transfere uma sensação de qualidade superior para todo o cômodo.

Externamente, são mais valorizados os imóveis com vistas desimpedidas para cidade ou, melhor ainda, para a natureza, como mar, rios, lagos e áreas verdes. Também são valorizados os imóveis com áreas verdes internas, seja um pequeno jardim de inverno, um grande quintal e até mesmo plantas e flores nos diversos cômodos.

O quarto sentido é o olfato. Evite investir em imóveis que estejam próximos de fontes de mal cheiro, como aterros sanitários, terrenos baldios e determinados tipos de indústria. Preste atenção a rios e córregos sem tratamento.

Paladar, o último sentido, tem tudo a ver com água e imóveis. A água será o bem mais valioso deste século. Investimentos imobiliários de sucesso devem estar localizados em cidades que tenham um excelente sistema de suprimento e armazenamento de água, assim como o imóvel que deve ter soluções para atender as necessidades de seus moradores por períodos de desabastecimento.