Fintech

Os 5 passos para o empreendedorismo interno

20 jul 2017, 1:36 - atualizado em 05 nov 2017, 13:59

Por Flávio Rocha, Presidente na Lojas Riachuelo

Você já cansou de ouvir a palavra crise? Não falta muito e iremos ouvir feliz crise e não feliz ano novo. Parece que somos realmente bipolares. Há alguns, tudo parecia um paraíso. Agora, o Brasil é mapa do fim do mundo. Nem o País era a bola da vez, com desenvolvimento sustentável, ou tão pouco somos uma versão maior da Venezuela. É o momento de mudar atitude de cada profissional, de cada empresa. Podemos, assim, gerar um crescimento orgânico, melhorando a vida de cada um. Aqui vão alguns passos para ter uma equipe de empreendedores, mesmo numa grande empresa. O local de trabalho é palco de competição, sim. Porém, com objetivos em comum: o sucesso de todos e a fidelidade do cliente.

1- Fugir do ótimo local

Como um ótimo local pode ser negativo? Pode ter certeza. É, e muito. O que eu chamo de ótimo local é quando cada departamento ou empresa de um grupo tem a visão dos seus próprios resultados. No caso do Grupo Guararapes, havia uma tensão constante. A confecção queria o mínimo de cores e maiores margens, as lojas mais diversidade, enquanto a financeira queria melhorar condições de crédito. Cada um fazia o melhor para si, conquistava os seus bônus e o grupo perseguia o próprio rabo. O conflito interno e o resultado local não interessavam mais. É necessária uma visão de todo.

2- Visão global

O raciocínio deste tópico é uma continuidade direto do anterior. Uma grande empresa precisa de visão global. É necessário que o melhor para a cada departamento contribua também para o sucesso global. Cada um dos 40 mil colaboradores do Grupo Guararapes tem um espírito empreendedor. Não se trata de conseguir um R$ 1 a mais para cada peça confeccionada ou um R$ 1 a menos no preço para o cliente. É levar um produto de qualidade, com o melhor preço e nas melhores condições para o cliente.

3- Manter o propósito

Lembram-se do velho dilema interesse versus propósito? Essa questão tem de permear todas as discussões corporativas de forma persistente e assertiva. Os gestores e colaboradores de uma companhia têm de saber quais valores estão realmente defendendo. Isto é, o que uma marca representa. Aqui na Riachuelo, temos em mente: levar o melhor da moda para o maior número de pessoas possível. As pessoas têm de ter um sentimento de inclusão quando vão às nossas lojas e levam uma peça de roupa. Isso tudo eleva a autoestima, ajuda a inclusão e a própria identidade representada pela cultura fashion. Uma cultura que saiu do universo arrogante para ganhar as ruas com pessoas reais.

4- Competição interna

Aqui, é preciso deixar bem claro. Um sistema de competição interna não invalida a visão global. A disputa sadia tem de acontecer dentro dos parâmetros de uma visão holística da empresa. Cada profissional quer e precisa se destacar. Mas isso não vai acontecer em detrimento das linhas gerais de uma empresa, seja qual for a sua dimensão. Neste ponto, cada uma das 300 lojas da Riachuelo tem seu espírito de competição no mais alto nível. Cada gerente atua para que sua loja se sobressaia e fidelize o cliente. Esse é o estilo empreendedor que cada profissional tem de ter, mesmo que a empresa não seja sua. A vitória do grupo, da cada loja ou até de cada departamento é a conquista individual e coletiva.

5- A justa recompensa

Toda essa teoria, todos esses valores e diretrizes não valem grande coisa se cada profissional não se sentir recompensado. A empresa precisa instituir regras justas e claras para bonificar cada profissional de acordo com seu talento e esforço. Óbvio, não é? Mas em grandes corporações só existe um espírito de startup (jovial e ousada) se todas as variáveis de uma equação de sucesso Consideradas. A recompensa não é propósito, mas pode ser o seu combustível.

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