Economia

Os 3 fatores que podem detonar a tensão social no Brasil, segundo os maiores financistas do mundo

14 jan 2020, 16:16 - atualizado em 14 jan 2020, 16:16
Movimento Passe Livre
Tensão: protestos contra aumento de tarifas marcaram o início de 2020 em São Paulo (Imagem: Divulgação/Facebook/Passe Livre)

O Institute of International Finance (IIF) divulgou um breve estudo sobre as tensões sociais nos países emergentes. A iniciativa baseou-se no fato de que, no ano passado, países que não aparentavam riscos de ruptura social explodiram, como o Chile e Hong Kong. Por isso, o instituto procurou verificar fatores que não costumam frequentar as análises de risco do mercado financeiro. Foram analisados 22 países emergentes.

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O IIF reúne as 450 principais instituições financeiras do mundo, espalhadas por 70 países. Seu objetivo é apoiar o mercado financeiro, desenvolvendo boas práticas de governança corporativa e monitorando riscos para os negócios.

O estudo concentrou-se na evolução da renda per capita, desigualdade social (medida pelo índice Gini), taxa de desemprego, gastos públicos em áreas sociais, e na governança pública. “Nos últimos anos, muitos EM [mercados emergentes] falharam em gerar crescimento da renda per capita como vinham fazendo. Mais do que tudo, o crescimento foi enviesado”, afirma o IIF.

Tabela de riscos sociais do IIF
(Fonte: IIF)

“A desigualdade é muito alta na América Latina, Hong Kong e África do Sul”, acrescenta. “No geral, a América Latina e a África do Sul parecem particularmente vulneráveis em muitas dimensões. Em termos relativos, a pontuação da Europa Central é melhor”, afirma o IIF.

Riscos verde-amarelos

No quadro em que resume as tensões potenciais dos países analisados, o Brasil (BRL) está numa posição de relativa fragilidade. Dois fatores – desemprego e desigualdade – foram considerados de alto risco pelo IIF para eventuais turbulências sociais por aqui.

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Nunca é demais lembrar que, apesar da lenta retomada do mercado de trabalho, o Brasil ainda enfrenta uma taxa de desemprego de 11,2%, o que equivale a 11,9 milhões de pessoas. Além disso, a pequena queda na taxa é sustentada pelo avanço do mercado informal – aquele sem carteira assinada e que costuma pagar menos.

Desempregados Desemprego
Faltam vagas: fila de desempregados indica que economia está longe do ideal (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Brasil também consta como o terceiro país mais desigual entre os 22 analisados. Estamos atrás, apenas, da África do Sul (ZAR) e de Hong Kong (HKD). Pior: o fosso entre ricos e pobres vem crescendo no Brasil, segundo o próprio IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em estudo divulgado em novembro, o IBGE constatou que, em 2018, a renda dos 10% mais ricos do país cresceu 4,1%. Já os 40% mais pobres viram sua renda encolher 0,8%.

O terceiro fator que pode elevar as tensões sociais, por aqui, é o crescimento econômico. O IIF o classificou como de médio risco. Na média, o mercado espera uma alta de mais de 2% do PIB neste ano. Embora seja uma boa notícia, parte dos economistas afirma que é um ritmo insuficiente para que o país gere empregos, renda e segurança social para todos.

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Veja, abaixo, a íntegra do estudo divulgado pelo IIF (em inglês).

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
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