Os 3 fatores que pesam sobre as ações da Embraer no curto prazo
A Embraer, uma das maiores fabricantes de jatos e aviões do mundo, apresentou resultados abaixo do esperado pelo mercado no terceiro trimestre. A decepção foi sentida tanto do lado operacional, com menor número de entrega de aeronaves, quanto do lado financeiro, com queda de margens e geração de caixa, entre outros.
Para o BTG Pactual, três fatores pesarão sobre as ações da companhia (EMBR3) no curto prazo. O primeiro é a conclusão do acordo com a norte-americana Boeing. Anunciadas em julho de 2018, as negociações se estendem por um tempo maior que o esperado. Agora, o mercado estima que a conclusão ocorra no início de 2020.
O segundo peso sobre a Embraer são os próprios resultados fracos. Entre julho e setembro, a companhia entregou 17 aeronaves, gerou menos receita no setor de defesa, registrou prejuízo operacional, aprofundou o prejuízo líquido para R$ 314,4 milhões e viu seu ebitda (que mede a geração de caixa) despencar de R$ 444 milhões para apenas R$ 75 milhões na comparação com o mesmo período do ano passado.
Queima de caixa
O último fator destacado pelo BTG Pactual é a queima de caixa prevista pela própria Embraer. Junto com os resultados do terceiro trimestre, a companhia divulgou um guidance para o FCF (Fluxo de Caixa Livre, na sigla em inglês), que prevê o consumo de US$ 100 milhões a US$ 300 milhões.
“O case da ERJ [Embraer] deveria continuar dirigido pelos desdobramentos do acordo com a Boeing, mas esperamos que os fracos resultados e a revisão dos dividendos pesem sobre as ações no curto prazo”, afirmou o banco, em relatório divulgado para clientes na manhã desta terça-feira (12).
O mercado também não gostou dos números. No início do pregão, as ações da Embraer são negociadas com forte baixa. Por volta das 10h55, os papéis recuavam 3,20% e eram cotados a R$ 17,23. No mesmo momento, o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, caía 0,77%, para 107.527 pontos.