Ortega prende mais um rival na Nicarágua e diz que EUA querem atrapalhar eleições
Com o sétimo candidato presidencial sob prisão, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, descreveu seus adversários políticos como peões sendo utilizados em um tabuleiro de xadrez pelos Estados Unidos contra ele.
Dezenas de importantes nicaraguenses, incluindo sete políticos que almejavam disputar a Presidência do país em novembro, foram presos sob acusação de planejar um golpe. Muitos fugiram do país.
Em discurso em um evento público no último domingo, Ortega criticou figuras da oposição dizendo que elas são parte de uma “política Yankee” e que a oposição “não tem vergonha. Eles não merecem sequer serem chamados de nicaraguenses (…) o império os utiliza e quando eles vencem, os chuta para fora também”.
Ortega se referiu repetidamente aos Estados Unidos como “o império” e disse que não há espaço para entendimento ou negociação com Washington.
Os Estados Unidos chamaram as prisões de ataques à democracia e impuseram sanções em junho contra quatro nicaraguenses, incluindo a filha de Ortega.
Ortega que busca um quarto mandato consecutivo nas eleições, disse: “O império não quer eleições na Nicarágua, o império quer boicotá-las, quer semear novamente o terrorismo em nosso país”.
O Departamento de Estado dos EUA impôs neste mês restrições de vistos a mais de 100 nicaraguenses afiliados à Assembleia Nacional da Nicarágua e ao sistema judiciário do país centro-americano.
A polícia nacional da Nicarágua anunciou a prisão da sétima figura de oposição no final de semana, o pré-candidato Noel Vidaurre.
Vidaurre foi preso em domicílio por “tomar ações que prejudicam a independência e incitam a interferência estrangeira em assuntos internos”, entre outras acusações, de acordo com nota da polícia.