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Orlando Telles: The Merge – entenda o futuro da ETH

27 jan 2022, 16:29 - atualizado em 27 jan 2022, 16:29
Ethereum ether ETH
Em seu quinto artigo para a coluna, Orlando Telles, sócio-fundador e diretor de research da Mercurius Crypto, comenta sobre a atualização da rede Ethereum (Imagem: Unsplash/Paid Blocks)

Nesta semana, a Ethereum Foundation atualizou suas perspectivas para os próximos passos da atualização da ETH 2.0, deixando mais claro para quando podemos esperar dois dos principais eventos do ativo, o The Merge, transição do Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS), e o modelo de Shards, fragmentação da blockchain da ETH para maior escalabilidade.

Ambos representam uma grande destrava de valor para o ativo, e compreender um pouco sobre o futuro da rede da Ethereum é fundamental para saber os próximos passos da maior blockchain da atualidade. 

Um dos pontos interessantes dessa atualização foi a mudança de narrativa em relação a ETH 2.0, retirando o uso do termo, assim como o The Merge, e seguindo em uma linha de alteração do consenso e estrutura da rede, buscando construir uma visão mais contínua.

O ativo ETH não está passando somente por uma mudança, mas um “roadmap” (“roteiro de desenvolvimento”, em tradução livre) de evolução constante, que tende a durar vários anos.

No entanto, há alguns pontos nessas atualizações que são fundamentais para o futuro e devem ser realizados em breve.

Pode-se dividir o futuro da Ethereum em cinco partes principais:

  • The Merge: Substituição do Proof-of-Work pelo Proof-of-Stake;
  • The Surge: Escalabilidade com foco em rollups e o modelo de sharding;
  • The Verge: O foco são os “stateless clients”, mantendo a democratização dos “nodes” (“nós”), facilitando a maneira como é o processamento dos dados;
  • The Purge: Eliminar o histórico necessário para armazenar dentro de um nodes;
  • The Splurge: Funcionalidades extras + Melhorias infinitas.

Nesse sentido, em relação à ETH 2.0, consoante ao próprio Vitalik Buterin, se pensarmos na conclusão desse projeto, poderíamos seguir o seguinte raciocínio:

  • Momento atual: “Agora estamos por volta dos 50% do Roadmap da Ethereum”;
  • Após o The Merge: “Estaremos em 61%”;
  • Após o modelo de Sharding: “Estaremos em 80%. Depois que estiver implementado, os demais ajustes na rede podem ser considerados como melhorias infinitas.”

Sendo The Merge e os Shards as atualizações responsáveis por proporcionar ao ativo uma estabilidade em sua política econômica, maior descentralização e eficiência do seu processo de validação, bem como a solução parcial dos seus problemas de escalabilidade.

Torna-se claro que as bases da atualização da ETH 2.0 tendem a ser entregues até 2023, de acordo com as últimas falas de Vitalik Buterin, sendo que o restante do processo será mais longo, visando uma melhoria contínua do ativo.

Já para a transição para o Proof-of-Stake da rede, tudo indica que estamos muito próximos. Em breve, poderemos observar um teste público implementando esse modelo de validação para depois ele ser consolidado na rede principal.

De acordo com a atualização da Ethereum Foundation, esse processo deve ser encerrado no segundo trimestre deste ano, com alguns analistas apontando para maio.

Essa mudança, caso realizada no prazo informado pela entidade, tende a ter um impacto significativo no valor do ativo, sendo uma das mudanças mais ousadas da história da ETH, que pode reduzir de forma significativa tanto a emissão de tokens do ativo quanto a pressão de venda por parte dos validadores, que existe de forma mais acentuada em rede de Proof-of-Work.

As atualizações atreladas à escalabilidade da rede devem se tornar mais relevantes após o The Merge. De acordo com o site da ETH, o modelo de Sharding deve ser implementado em 2023.

Não será a solução definitiva, mas um meio para ajudar a expansão de soluções de rollups, como uma camada de execução em que os usuários iriam interagir com a rede. Essa movimentação reforça a importância de aplicações como a Polygon e Arbitrum.

Compreender a integração desses dois processos é fundamental no ponto de vista de análise do futuro da maior blockchain da atualidade, visto que atualizações, como o EIP-4488, tendem a ser fundamentais para adoção das soluções de escalabilidade (rollups) por parte do mercado em geral.

Há uma tendência em que a camada principal da ETH continue a ter taxas mais altas, mesmo após o modelo de Sharding. A resolução dos problemas de rollups só será viável através de um processo conjunto entre essas duas soluções.

Entender de forma detalhada o roadmap da ETH e os próximos eventos que irão afetar a rede é essencial para qualquer pessoa que deseja aproveitar ao máximo a assimetria desse mercado.

Visto isso, acompanhar as atualizações recentes sobre a provável data do The Merge pode ser um caminho interessante para saber o que esperar em termos de preço para a ETH em 2022. Ao meu ver, há inúmeras destravas de valor para o ativo ao longo dos próximos meses. 

*Orlando Telles é sócio-fundador e diretor de research da Mercurius Crypto, casa de pesquisa em criptoativos.

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