Oriente Médio atrapalha BRF, e Ágora corta preço-alvo em 8%
Os resultados trimestrais e o desempenho no Oriente Médio mais fracos que os esperados levaram a Ágora Investimentos a dar um puxão de orelha na BRF (BRFS3), na forma de um corte de 8,5% no seu preço-alvo. Com isso, o preço estimado para os papéis baixou de R$ 47 para R$ 43 neste ano.
Leandro Fontanesi e Ricardo França, que assinam o relatório da Ágora, justificam o corte, citando o aumento do capex da BRF e as dificuldades recentes na Turquia e em Abu Dhabi. O mercado brasileiro também não ajudou nos últimos meses, com vendas 6% abaixo das esperadas.
Premissas
O ebitda ajustado foi outra decepção para os analistas, ao ficar 17% abaixo de seus cálculos e 9% menor que o consenso do mercado.
Para chegar ao novo preço-alvo, a Ágora elevou de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,4 bilhões a estimativa de capex da BRF para 2020, bem como cortou em 6 pontos percentuais a margem de ebitda projetada para o mercado halal.
Com isso, a dívida líquida da companhia pode chegar a 2,7 vezes seu ebitda calculado para o ano, ante a estimativa original de 2,1 vezes. Apesar da redução do preço-alvo, a Ágora mantém a recomendação de compra para os papéis da BRF, com um potencial de valorização de 64,44% sobre a cotação de referência.
Veja os números do quarto trimestre, divulgados pela BRF.