Oposição salvadorenha abre processo contra presidente Bukele e sua “lei bitcoin”
Jamie Guevara, vice-líder da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FFMLN), abriu um processo contra a legislação de bitcoin (BTC), aprovada em El Salvador no último dia 9.
Guevara uniu forças com um grupo de cidadãos salvadorenhos para argumentar que a nova “lei bitcoin” é inconstitucional, noticia o Decrypt.
“Apresento um processo de inconstitucionalidade contra o decreto emitido pela Lei Bitcoin por ser um decreto que não possui legalidade, fundamento nem considera a importância e os efeitos danosos que tal lei poderá causar a este país”, afirmou o cidadão Óscar Artero.
“A Lei Bitcoin irá roubar o bolso das pessoas. É isenta de impostos. Querem nos obrigar a negociá-lo.”
Defensores da legislação discordam: Jack Mallers, CEO do aplicativo de pagamentos Strike, acredita que a lei recém-aprovada irá resultar em uma nova era de inclusão financeira e liberdade humana.
Segundo o site de notícias El Mundo, Guevara e seus colegas não são os únicos que se opõem à legislação. Segundo uma pesquisa feita pela Câmara Salvadorenha de Comércio e da Indústria, 80% dos salvadorenhos não gostariam de receber pagamentos em bitcoin.
O Decrypt atribuiu a aversão ao risco em relação ao bitcoin ao histórico de corrupção do país.
Segundo dados do The Economist, o regime híbrido de El Salvador faz o país parecer com um Estado autoritário.
Além disso, o Índice de Percepções de Corrupção do Transparency International concedeu a El Salvador uma baixa classificação às iniciativas de repressão contra a corrupção no país: nota 36 de 100.