Opinião

Operações compromissadas já são mais de um quinto da Dívida Bruta brasileira

23 abr 2019, 15:40 - atualizado em 23 abr 2019, 16:32

Por Vitor Wilher do Análise Macro

Na seção 09 do Curso de Análise de Conjuntura usando o R, os alunos aprendem a lidar com dados fiscais. São esmiuçados os gastos e despesas do governo central, as necessidades de financiamento do setor público consolidado – que inclui estados e municípios -, bem como dados de endividamento público. Nesses últimos, chama atenção o aumento da participação das operações compromissadas do Banco Central no estoque de endividamento do estado brasileiro.

Operações compromissadas são operações de compra (ou venda) de títulos com compromisso de revenda (ou recompra) dos mesmos títulos em uma data futura, anterior ou igual à data de vencimento dos títulos.

Em geral, por suposto, são títulos de curtíssimo prazo, usados pelo Banco Central para regular a liquidez do mercado, mantendo assim a taxa básica efetivo de juros próxima à meta definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM).

Para se ter uma ideia do avanço das compromissadas no estoque de endividamento brasileiro, a preços de fevereiro de 2019,  elas eram algo como R$ 152 bilhões em dezembro de 2006, passando para R$ 1,2 trilhão em fevereiro de 2019. Ou, em termos relativos, menos de 1% para mais de 1/5 da Dívida Bruta brasileira.

Em outros termos, o endividamento público brasileiro não só aumentou em nível como o seu serviço – e a sua gestão, diga-se – se deteriorou de forma bastante forte nos últimos anos.

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