Opep+ mantém aumento planejado de produção apesar de alta dos preços, dizem fontes
A Opep+ decidiu nesta quarta-feira manter aumentos moderados em sua produção de petróleo, disseram duas fontes do grupo, apesar da pressão dos principais consumidores por uma elevação maior na oferta depois que os preços da commodity atingiram máximas de sete anos.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia –um grupo conhecido como Opep+, que produz mais de 40% da oferta global de petróleo– enfrentaram pedidos dos Estados Unidos, Índia e outros para bombear mais petróleo à medida que as economias se recuperam da pandemia.
Mas a Opep+ manteve sua meta de aumentos mensais de 400 mil barris por dia (bpd) e justificou o aumento dos preços do petróleo pelo fracasso das nações consumidoras em garantir investimentos adequados em combustíveis fósseis à medida que mudam para energias mais verdes.
Várias fontes da Opep+ também disseram que os preços foram pressionados por tensões Rússia-EUA. Washington acusou Moscou de planejar invadir a Ucrânia, o que a Rússia nega.
Os aumentos na produção de petróleo são complicados pelo fato de que vários membros da Opep lutaram para cumprir as metas mensais atuais e não têm capacidade ociosa para aumentar ainda mais a produção.
O petróleo Brent era negociado acima de 90 dólares o barril nesta quarta-feira e atingiu uma máxima de sete anos de 91,70 dólares na semana passada, em meio a tensões na Europa e no Oriente Médio.
Um relatório preparado para a reunião por especialistas da Opep+ e visto pela Reuters manteve a previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo para 2022 inalterada em 4,2 milhões de bpd e disse que o consumo atingiria os níveis pré-pandemia no segundo semestre do ano.
A demanda por petróleo estava ligeiramente acima de 100 milhões de bpd em 2019, mas foi prejudicada pela pandemia em 2020.