Opep+ espera mais sinais do mercado para decidir sobre produção
A Opep+ provavelmente vai esperar que os mercados financeiros se acalmem antes de decidir se precisa reagir à queda do petróleo com um corte da produção, de acordo com a consultoria Energy Aspects.
“Seria prematuro para a Opep+ agir sem primeiro entender quais são os riscos”, disseram analistas da EA, que incluem a cofundadora Amrita Sen, em nota aos clientes. O Federal Reserve e o Banco Central Europeu “precisam abordar as condições do mercado antes que a Opep+ dê qualquer passo”.
Os mercados globais tiveram uma sessão turbulenta na quarta-feira em meio às preocupações com o Credit Suisse, o que provocou pânico entre investidores de ações de bancos. A crise se espalhou para as commodities, e o petróleo caiu para uma mínima de 15 meses.
O barril tipo Brent acumula queda de 10% esta semana, sendo negociado abaixo de US$ 75, embora tenha reduzido as perdas no início desta quinta-feira, depois que o banco central da Suíça socorreu o Credit Suisse.
A onda de vendas levou analistas de energia a questionar se a Opep+ – aliança liderada pela Arábia Saudita e Rússia e que controla cerca da metade da produção mundial de petróleo – pode reduzir a produção.
“Fontes da Opep observam que a demanda por petróleo permanece extremamente robusta e está em desacordo com as vendas da commodity”, disse a EA. “A última coisa que a Opep+ quer é mencionar a possibilidade de cortes na produção devido ao receio de que o mercado interprete mal esses comentários como temor de demanda fraca.”
O comitê de monitoramento do grupo – que pode recomendar uma mudança na produção – tem reunião agendada para 3 de abril. Não há decisão sobre convocar um encontro de emergência, disseram analistas da EA.
A gigante petrolífera estatal saudita Aramco disse esta semana que as vendas na China e na Índia, dois dos principais mercados do reino, estão fortes e crescendo.
O ministro da Energia, o príncipe Abdulaziz bin Salman, disse anteriormente que a Opep+ não tem intenção de aumentar a produção este ano, mas não descartou um corte se acreditar que a demanda está em queda.