Economia

Opep+: Brasil pode ser o mais novo integrante a partir de janeiro

30 nov 2023, 13:04 - atualizado em 30 nov 2023, 15:53
Opep petroleo
(Imagem: REUTERS/Leonhard Foeger)

O Brasil pode se juntar à Opep+ a partir de janeiro, disse um delegado da organização à Reuters. O cartel com os maiores produtores de petróleo do mundo se reúne nesta quinta-feira para definir se cortará a produção da commoditie.

Apesar disso, o Governo Federal informou que analisa a situação antes de dar uma resposta sobre o assunto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na Arábia Saudita esta semana.

“Esperamos nos juntar a este distinto grupo e trabalhar com todos os 23 países nos próximos meses e anos”, destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que acompanha Lula e participa do encontro da Opep+.

O ministro fez declarações cheias de elogios à Opep+, dizendo que o Brasil acompanha com entusiasmo o trabalho “valoroso” do grupo.

Segundo ele, a Opep+ preserva a “estabilidade dos mercados de petróleo e energia”.

Ele disse ainda que esta “estabilidade traz consigo benefícios não só a países produtores de petróleo, mas também aos consumidores.

“É um momento histórico para o Brasil e a indústria energética, abre um novo capítulo na história do diálogo e cooperação no campo de energia”, afirmou.

À Reuters, três fontes com conhecimento disseram que o Brasil  não deve participar de sistema de cotas de produção da Opep+, que pode determinar cortes no fornecimento de petróleo, caso venha a ingressar no grupo de produtores.

Criada em 1960, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) integra países como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes e Venezuela.

Em 2016, outros países, como Rússia e México, se uniram ao grupo, criando a Opep+. Embora não sejam membros oficiais, os países têm atuação conjunta em questões relativas à commoditie.

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Boom de petróleo no Brasil

Em setembro, o cartel alterou a sua expectativa para a produção de combustíveis líquidos no Brasil ao fim de 2023, incluindo uma alta de 40 mil barris por dia (bpd).

Caso se confirme, a projeção superará em 300 mil bpd a produção registrada em 2022, para uma média de 4 milhões de bpd. A Opep justifica a revisão “otimista” através do “forte” ritmo de produção do país registrado em julho.

O crescimento na produção de petróleo e derivados no contexto brasileiro foi atribuído, em grande parte, à instalação de duas novas plataformas de exploração no pré-sal brasileiro: Campos Basin, no Espírito Santo, e Almirante Barroso, em Búzios.

Segundo o cartel, o Brasil pertence a um grupo pequeno de países não alinhados a Opep — que inclui China, EUA, Cazaquistão, Guayana e Noruega — que responderão pelo aumento global da oferta de combustíveis em 2023.

Com Reuters e Jorge Fofano